A questão dos costumes não pode sufocar nossas convicções. Os espertalhões não podem nos fazer de bobos. Não podem nos impor temas que não são nossos.
Vejam vocês a questão trans. Não tenho nada contra. Sou a favor de tudo que não me atinja.
Registro, no entanto, que vivo hoje cercado por esta discussão, que nunca se atravessou na minha vida real.
Em mais de 50 anos de vida pública (e vida familiar), convivendo com milhares de pessoas, nunca conheci nem precisei defender nenhum trans-sexual.
Não confundir com gay, espécie humana que me acompanhou durante toda a vida, sem discriminação e sem direitos especiais. Gay é uma pessoa comum, igual a qualquer outra que tem direitos e deveres.
Você, mesmo, que está lendo este texto, conhece quantos trans-sexuais?
Já trabalhou com algum? Tem algum na família? Etc.
E por que o tema domina hoje a nossa vida?
Onde querem chegar os politicamente corretos que protegem os invisíveis trans-sexuais, e que esquecem as crianças de rua ou as vítimas do crack? Alguém está ganhando com isso.
De alguma forma, alguém está faturando com a moda trans – e não somos nós, pobres trabalhadores, que nem temos moda.
E se algum dos meus amigos for trans-sexual, porque nunca me disse?
Talvez porque não fosse importante nem necessário.
Afinal, esse amigo era muito mais do que isso: um ser humano cercado do amor universal.
(RENATO RIELLA)