RENATO RIELLA
Sempre tentei convencer uns e outros a não comerem presunto, linguiça e outras bombas. Finalmente, agora, com essa polêmica da carne de cavalo, meus argumentos talvez sensibilizem algumas pessoas. Antes, praticamente ninguém me ouvia, mastigando essas porcarias com grande prazer.
Vou fazer terrorismo: vocês acham que a carne de cavalo está sendo usada só nos embutidos da Europa? Hahahah. E lembrem-se que, por aqui, além da grande oferta de cavalos pangarés, ainda há o enorme estoque de jegues. Boa digestão!
Alguém argumentou que se come bode, cachorro, anta, teiú, tatu e outras iguarias do tipo. E a própria carne de jegue é exportada. Qual o problema com a carne de cavalo? O problema é que todos pensam que a carne vendida é de vaca ou de porco. Daí o choque.
E não esqueçam que há algum tempo foi presa no Nordeste uma família que durante anos vendeu empadas feitas com carne humana. A matéria-prima vinha do sacrifício de empregadas que trabalhavam para esses doidos e depois desapareciam de repente. O brasileiro é muito criativo. E até carne humana fica gostosa.
E não podemos ignorar que sempre consumimos o famosíssimo churrasquinho de gato. Quem nunca comeu? É claro que pensamos sempre que a carne, embora chamada de gato, é bovina – mas quem garante?
Por fim, falando sério, o risco identificado na Europa é que a carne de cavalo contém substâncias impróprias para o consumo humano, que não aparecem na carne bovina. De qualquer modo, há um escândalo novo na praça e quase certamente vai chegar ao Brasil. Aguardem!
