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out 26 2017

Voluntários representam metade dos envolvidos no combate ao incêndio na Chapada

 

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Mais da metade da equipe que trabalha no combate ao incêndio no Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros e arredores, em Goiás, é formada por voluntários. São moradores, visitantes, profissionais de outros estados e aqueles que têm um carinho imenso pelo lugar. Doações recebidas do Brasil inteiro sustentam o combustível e a alimentação dos brigadistas, além de possibilitar a compra de materiais.

O incêndio já é o maior registrado na história do Parque Nacional e atingiu, até o momento, 64 mil hectares, o equivalente a 26% da unidade de conservação federal. O fogo também atinge fazendas localizadas próximas ao parque. A situação se agravou desde o dia 10, quando o Parque Nacional ficou fechado devido às chamas. O fogo chegou a ser controlado e voltou em outros focos no dia 17.

Um das maiores frentes de voluntários é a Rede Contra Fogo que centralizou as doações. Até as 11h de hoje (26), foram arrecadados R$ 347,8 mil, recebidos pela internet de mais de 4 mil doadores em todo o país.

“Como sociedade, a gente pode parar de procurar culpados e assumir o nosso lugar nesse mundo. Nosso lugar nesse mundo é muito maior, ele transcende as fronteiras do que você faz, da sua profissão, do seu título. Quando a gente para de acusar o outro e se empodera da nossa força, a gente vai além de qualquer fronteira”, diz uma das fundadoras da Rede, Sílvia Hennel.

A rede surgiu há três anos como forma de organizar o combate ao fogo em propriedade de amigos e em propriedades vizinhas. “Na Chapada é assim, pegou fogo, todo mundo corre lá para ajudar”, conta Sílvia. Ela foi procurada pelo chefe do Parque Nacional, Fernando Tatagiba, para dar um apoio enquanto os recursos públicos não eram liberados, ainda no começo do combate.  “Eu não sabia onde estava entrando. Comecei a pedir doações e começamos a suprir a comida e o combustível desse pessoal, que ainda não estava sendo feito pelo governo.”

As doações foram aumentando e os voluntários apareceram. Hoje, segundo a Rede, são mais de 200 que estão atuando tanto na logística, no preparo e na entrega de alimentos quanto na comunicação em redes sociais e outras plataformas, quanto no combate ao fogo.

Segundo Sílvia, o valor arrecadado servirá também para o período pós-fogo, para o reflorestamento, atendimento de animais, compra de equipamentos e capacitação.  “Como a gente vai fazer ano que vem para que isso não aconteça de novo? Tem que capacitar todo mundo, todo mundo tem que saber mexer em um abafador, todo mundo tem que ter bomba costal em casa, fazer acero”, diz.

Foto: O Popular

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