Portaria, assinada pelo ministro da Casa Civil do governo Lula, Rui Costa do Santos, exonerou o superintendente regional do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) no Pará, Rafael Angelo Juliano, além de superintendentes de outros 20 estados.
Rafael Angelo é engenheiro florestal e dono de uma empresa em Marabá, no sudeste do estado, que presta serviço de consultoria a pecuaristas e produtores de soja, incluindo envolvidos com infrações ambientais e desmatamento.
O consultor já foi indiciado em 1999 pela Polícia Federal e, em 2022, foi alvo de denúncia pelo Ministério Público do Pará (MPPA) por suspeitas de irregularidades.
Segundo a denúncia, ele teria “recebido ou adquirido, para fins comerciais ou industriais, madeira, lenha, carvão e outros produtos de origem vegetal”, sem o devido licenciamento. Ele também foi responsável técnico de siderúrgica em Marabá multada pelo Ibama.
Indicado pelo senador do Pará Zequinha Marinho (PL), então apoiador de Bolsonaro e líder da bancada evangélica, Rafael assumiu a coordenação do Ibama em 2022, depois da exoneração do coronel aposentado da PM de São Paulo, Washington Luís Rodrigues.
Rodrigues foi outro superintendente envolvido em polêmica durante o governo Bolsonaro, após a Polícia Federal deflagrar a operação Gold Rush, que identificou carga de 39 quilos de ouro na região Água Branca, no sudoeste do Pará.
Segundo as investigações, a empresa havia extraído mais de R$ 1 bilhão em ouro de Unidade de Conservação Federal com licença ambiental irregular e explorado 32 vezes mais do que o declarado.
Mensagens mostraram o ex-presidente do Ibama Eduardo Bim fazendo pressão para que Washington derrubasse embargos contra a mineradora investigada pela PF.