O Enem está querendo dar nota Zero ao estudante que escrever coisas contra os chamados Direitos Humanos. O programa, pelo visto, foi dominado pelos famigerados indivíduos que se dizem “politicamente corretos”.
Ora, o principal “Direito Humano”, que só recuperamos após a queda da ditadura, foi o de “liberdade de expressão”.
Se quiser, eu posso escrever qualquer coisa que esteja no limite da lei. Felizmente, a Justiça reconhece isso e resolveu intervir no Enem.
Posso, por exemplo, dizer que é uma aberração a fixação de reservas indígenas tão amplas e tão sem fiscalização.
O limite é a legislação. E as leis já avançaram bastante na defesa dos direitos dos negros, das mulheres, dos gays, etc.
Mas nada impede que um aluno defenda a pena de morte, ou peça penas mais duras para menores infratores, ou mesmo que este emita conceitos machistas, desde que o redator não esteja cometendo ações criminosas.
Assim, espero que a Justiça imponha ao Enem esta limitação. O Exame pode ser rigoroso em tudo, mas não pode proibir a pessoa de se expressar.
Os professores de Português devem dar nota Zero a quem escrever absurdamente mal, com erros grosseiros.
Mas se o cara escreve certo, com clareza, parabéns pra ele, mesmo que tenha conceitos horríveis.
Será que Nelson Rodrigues ou João Saldanha seriam aprovados neste Enem de hoje?
Censura é tentar calar. Isto nunca mais. (RENATO RIELLA)