O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse hoje (21) que a anulação do leilão do arroz se deu porque houve uma “falcatrua numa empresa”.
Lula se referiu à concorrência para compra do arroz importado, que acabou cancelada após indícios de irregularidades e culminou na demissão do então secretário de Política Agrícola, Neri Geller.
Depois da anulação, o governo informou que pretende fazer um novo leilão. A decisão de importar arroz ocorreu após as enchentes no Rio Grande do Sul, maior produtor do cereal no País, para evitar alta nos preços do alimento.
A declaração de Lula foi dada em entrevista à rádio Meio FM, de Teresina, no Piauí.
Na quarta – feira (19), diferentemente, o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro (PSD), minimizou possíveis irregularidades no leilão.
O ministro deu as declarações durante audiência na Comissão de Agricultura da Câmara dos Deputados, para a qual foi convidado a dar explicações sobre estoques públicos e a necessidade de importação do cereal.
“Anulou o processo porque faz parte, e é num ato da gestão, combater qualquer tipo de conflito de interesse. É a prevenção. É a prevenção. Não se trata de juízo de valor. […] É muito importante dizer que a exoneração do ex-ministro Neri Geller não se trata de um ato de juízo de valor”, disse Fávaro na ocasião.
Ele também disse que o governo vai realizar um novo leilão, com novas regras para a participação de empresas. A Controladoria-Geral da União (CGU) e a Advocacia-Geral da União (AGU) vão auxiliar na formulação do novo edital.
A demissão de Neri Geller, ex-secretário de Política Agrícola, foi anunciada por Fávaro na semana passada. Fávaro disse que o próprio secretário havia pedido demissão. À imprensa, Geller negou ter pedido a saída da pasta.
Um ex-assessor de Geller, que também é sócio do filho dele em uma empresa, foi um dos negociadores do leilão. Entidades agrícolas e membros da oposição apontaram um suposto favorecimento da corretora do ex-funcionário de Neri Geller na concorrência.
O leilão de importação de 263 mil toneladas de arroz foi anulado pelo governo federal no dia 11 de junho após indícios de incapacidade técnica e financeira de algumas empresas vencedoras.
Fonte: g1 – Guilherme Mazui