O valor do conjunto dos alimentos básicos diminuiu nas 17 capitais onde o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) realiza mensalmente a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos. Entre julho e agosto de 2024, as quedas mais importantes ocorreram em Fortaleza (-6,94%), João Pessoa (-4,10%), Goiânia (-4,04%), Porto Alegre (-3,78%), Florianópolis e Natal (-3,38%) e Salvador (-3,28%).
São Paulo foi a capital onde o conjunto dos alimentos básicos apresentou o maior custo (R$ 786,35), seguida por Florianópolis (R$ 756,31), Rio de Janeiro (R$ 745,64) e Porto Alegre (R$ 740,82). Nas cidades do Norte e do Nordeste, onde a composição da cesta é diferente, os menores valores médios foram registrados em Aracaju (R$ 516,40), Recife (R$ 533,12) e João Pessoa (R$ 548,90).
A comparação dos valores da cesta, entre agosto de 2023 e agosto de 2024, mostra que o custo dos alimentos básicos aumentou em nove cidades, com destaque para as variações de São Paulo (5,06%), Goiânia (4,11%), Belém (3,88%) e Vitória (3,53%). Entre as oito localidades com retração nos preços, destacam-se Recife (-8,20%) e Aracaju (-4,84%).
Nos primeiros oito meses de 2024, seis capitais tiveram elevação nos preços médios. As maiores altas foram registradas em São Paulo (3,33%) e Belém (3,02%). As retrações, observadas em 11 capitais, variaram entre -3,66%, em Brasília, e -0,02%, em Curitiba e Salvador.
Com base na cesta mais cara, que, em agosto, foi a de São Paulo, e levando em consideração a determinação constitucional que estabelece que o salário mínimo deve ser suficiente para suprir as despesas de um trabalhador e da família dele com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência, o Dieese estima mensalmente o valor do salário mínimo necessário.
Em agosto de 2024, o salário mínimo necessário para a manutenção de uma família de quatro pessoas deveria ter sido de R$ 6.606,13 ou 4,68 vezes o mínimo de R$ 1.412,00. Em julho, o valor necessário era de R$ 6.802,88 e correspondeu a 4,82 vezes o piso mínimo. Em agosto de 2023, o mínimo necessário deveria ter ficado em R$ 6.389,72 ou 4,84 vezes o valor vigente na época, que era de R$ 1.320,00.
O tempo médio necessário para adquirir os produtos da cesta básica foi de 102 horas e 01 minuto, menor que em julho, quando ficou em 105 horas e 8 minutos. Já em agosto de 2023, a jornada média foi de 109 horas e 01 minuto.
Quando se compara o custo da cesta com o salário mínimo líquido, ou seja, após o desconto de 7,5% referente à Previdência Social, verifica-se que o trabalhador remunerado pelo piso nacional comprometeu em média, em agosto de 2024, 50,13% do rendimento para adquirir os produtos alimentícios básicos, e, em julho, 51,66% da renda líquida. Em agosto de 2023, o percentual ficou em 53,57%.
Em agosto de 2024, o custo da cesta básica na cidade de São Paulo foi o maior entre as 17 cidades, chegando a R$ 786,35, o que significou -2,89% a menos que em julho. Na comparação com agosto de 2023, o valor subiu 5,06%. Nos oito primeiros meses do ano, houve aumento de 3,33%.
Entre julho e agosto de 2024, sete dos 13 produtos que compõem a cesta básica tiveram alta nos preços médios: café em pó (4,63%), banana (3,46%), manteiga (2,14%), óleo de soja (1,07%), pão francês (0,71%), arroz agulhinha (0,65%) e carne bovina de primeira (0,37%). Os preços do leite integral UHT e do açúcar refinado não variaram e as quatro reduções no valor médio são do tomate (-19,60%), da batata (-17,75%), do
feijão carioquinha (-4,48%) e da farinha de trigo (-0,66%).
No acumulado dos últimos 12 meses, foram observadas elevações em 10 dos 13 produtos da cesta: batata (53,75%), arroz agulhinha (41,06%), café em pó (16,66%), banana (12,26%), açúcar refinado (8,00%), óleo de soja (5,08%), manteiga (4,84%), leite integral (3,41%), pão francês (3,06%) e carne bovina de primeira (0,80%).
Foram registradas quedas para o tomate (-13,92%), a farinha de trigo (-7,29%) e o feijão carioquinha (-2,85%).
Fonte: Ascom/Dieese
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