CARLOS MARCHI
Se fossem afeitos à política real, os brasileiros procurariam, nos candidatos, sinais de seus interesses de cidadão.
Por exemplo: qual o candidato que favorece a reforma da Previdência (que é essencial para reequilibrar as finanças públicas)?
Mas a maioria dos eleitores se deixa seduzir por bobagens pseudo-ideológicas e esquece seus reais interesses.
Elegeu o PT quatro vezes sem perceber que o PT era corporativo e defenderia sempre o funcionalismo público – que é radicalmente contra a reforma da Previdência.
Este ano, a bancada favorável à manutenção dos direitos dos funcionários públicos dobrou – de 35 para 70 federais.
São delegados, policiais militares e que tais, eleitos na esteira de Bolsonaro. No Congresso, eles vão bloquear a reforma da Previdência.
Hoje, a aposentadoria de um servidor público custa três vezes mais que a aposentadoria de um trabalhador da iniciativa privada. A de um militar custa cinco vezes mais.
O Brasil tem pouco menos de 12 milhões de servidores públicos (2 milhões federais, 3,2 milhões estaduais e 6,5 milhões municipais). Que foram protegidos pelo PT e agora o serão por Bolsonaro.
Que elegeram 35 deputados federais em 2014 e este ano elegeram 70. Que no Congresso vão proteger os seus privilégios.
A eleição desses parlamentares corporativos foi ajudada por profissionais liberais e trabalhadores da iniciativa privada, que, paradoxalmente, vão pagar as aposentadorias privilegiadas dos servidores públicos.