Volta ao ar a tese de se instalar uma CPI do BNDES no Senado, depois que o governo federal conseguiu bloquear a primeira tentativa, convencendo senadores a retirarem assinaturas desse requerimento.
Agora, os principais partidos de oposição ao governo da presidente Dilma Rousseff anunciam já terem obtido as assinaturas necessárias para a abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) aos financiamentos contratados pelo estatal Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
A instalação da CPI depende ainda da conferência das assinaturas recolhidas pelo PSDB, DEM, PPS e PSB. Os deputados querem averiguar vários contratos feitos pelo BNDES desde 2006.
O anúncio foi feito no dia em que o presidente do banco estatal, Luciano Coutinho, prestava depoimento à CPI da Petrobras.
Na última terça-feira, Luciano Coutinho disse que não é possível vincular qualquer empréstimo concedido pelo banco às doações de campanha eleitoral feitas por empresas privadas.
Ele foi questionado sobre o assunto durante audiência pública conjunta das comissões de Assuntos Econômicos (CAE) e de Infraestrutura (CI) do Senado, na qual respondeu a perguntas dos senadores sobre a gestão do banco público de desenvolvimento.
“Não temos nenhuma vinculação entre nossa participação e a questão de doação de campanhas. Não interferimos na gestão das empresas privadas, salvo para preservar a observância das regras. Posso dizer também que é impossível vincular qualquer processo de concessão do BNDES a uma promessa de doação ou qualquer coisa dessa natureza, dado o caráter técnico da instituição”, enfatizou.
Luciano Coutinho disse também que o BNDES não sofreu nenhum prejuízo nos empréstimos bilionários feitos ao empresário Eike Batista. É uma situação que precisará ser bem investigada.