RENATO RIELLA
A divulgação dos balanços da Petrobras relativos ao ano passado é a notícia mais esperada da semana. Deverá gerar verdadeira revolução nos meios econômicos do Brasil.
Agora não há mais dúvida de que essa divulgação vai acontecer. A Gerência de Imprensa da empresa informou, em nota oficial, que “o Conselho de Administração (CA) da Petrobras se reunirá no dia 22 de abril para apreciar as demonstrações contábeis do terceiro trimestre de 2014, revisadas pelos auditores independentes, e as demonstrações contábeis auditadas do exercício de 2014”.
E diz mais: “A companhia espera divulgar essas demonstrações contábeis ao mercado, após a decisão do CA”.
SERÁ QUE VÃO AUMENTAR OS SALÁRIOS MILIONÁRIOS?
Uma das dúvidas, não antecipada por ninguém, é se o Conselho de Administração vai mesmo autorizar o aumento de salários na Petrobras. Se isso ocorrer, serão ainda mais estratosféricas as remunerações mensais, hoje acima de R$ 100 mil/mensais.
Todo o esforço para gerar um fato positivo nesta quarta-feira pode ser jogado fora, se for divulgado um aumento salarial para beneficiar dirigentes ricos de uma empresa sob grave crise econômica.
A revolta no Brasil será muito grande, se a Petrobras decidir gastar mais e mais com seus dirigentes, gerando profundo desgaste para todos, inclusive na imagem da presidente Dilma Rousseff.
DESDE 2014 ESPERAMOS ESTES BALANÇOS
Vale lembrar que, há meses, a Petrobras não consegue apresentar números que comprovem seu desempenho no segundo semestre de 2014 e mesmo em 2015.
Por conta disso, já sofreu rebaixamento nas agências de avaliação internacional. Suas ações despencaram de forma nunca vista, até o valor de R$ 8,00, gerando graves prejuízos aos acionistas brasileiros e internacionais.
Esta falta de transparência provocou processos perigosíssimos na Justiça dos Estados Unidos, que em algum momento poderão atingir até a presidente Dilma, ex-presidente do Conselho da Petrobras.
Os acionistas americanos tiveram prejuízos assustadores e querem ver alguém na cadeia por causa desse trambique.
QUESTÕES DISCUTIDAS EM MESA DE BAR
No Brasil, a divulgação dos balanços vai elucidar questões discutidas hoje em mesas de bar.
Afinal, há mesmo prejuízo de alguns bilhões com a compra da refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos? Hoje, esta refinaria está produzindo? Se for vendida, tem valor de mercado razoável? Não sabemos ainda nada de real sobre isso.
No Paraná, onde a roubalheira da Petrobras está sendo investigada, fontes da Justiça Federal e do Ministério Público acreditam que o desvio de recursos na empresa atingiu valor de R$ 4 bilhões a R$ 6 bilhões.
Esta imensa dinheirada foi embolsada por dirigentes (muitos já presos), consultores influentes (José Dirceu, etc), deputados, senadores, candidatos, partidos, entre outros agentes do assalto aos cofres da companhia.
GRAÇA FOSTER FALOU EM R$ 88,6 BILHÕES
Num momento de desespero, dias antes de pedir demissão, a então presidente da Petrobras. Graça Foster, admitiu que cerca de R$ 88,6 bilhões da Petrobras ficaram comprometidos com a administração bandida que passou por lá (ela não usou expressão tão dura!).
Será que os balanços da quarta-feira abordarão este número monumental? Ou será que o alerta de Graça Foster permitiu que a triste realidade pudesse ser camuflada?
Os R$ 88,6 bilhões podem ser explicados pelas fortunas jogadas fora nas refinarias do Maranhão, do Ceará e de Pernambuco, cujas obras foram abandonadas como inviáveis.
Parte deste imenso dinheiro ficou perdida na negociação suspeita de Pasadena e em muitas outras, inclusive na aplicação suspeita das verbas de publicidade.
Presume-se que as auditorias independentes, de renome internacional, esclareçam esses pontos nevrálgicos, que envergonham o Brasil.
Por outro lado, os balanços vão mostrar se é viável manter a Petrobras como uma superestrutura empresarial, ou se a empresa deve se livrar de parte do seu patrimônio para sobreviver.
O certo é que o juiz Sérgio Moro, ao analisar essas auditorias presumivelmente sérias, terá elementos oficiais para prosseguir na devastação que está fazendo na quadrilha petroleira.
Que chegue logo esta quarta-feira, 22. É o Dia da Verdade!
