A economia de Brasília parece maldita e o grupo Cascol, que controla 60 postos de gasolina da rede Gasol, é mais um a desmoronar, por adotar uma administração retrógrada, sem compromisso com a cidade.
Depois das prisões que atingiram grandes empresários do setor de combustíveis, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) anunciou que vai fazer uma intervenção preventiva no mercado local.
A superintendência do órgão considerou que é necessário restabelecer a concorrência na capital federal. Na verdade, depois das prisões, nada mudou. E a gasolina chegou aos R$ 4,00 nos postos brasilienses, revoltando a população.
ADMINISTRADOR PROVISÓRIO
O Cascol terá 15 dias para apresentar ao Cade uma lista com ao menos cinco opções de administradores provisórios, para gerir “de forma independente” os postos com bandeira BR de propriedade do grupo. Um deles será escolhido pelo Cade.
Os empresários não podem recusar a medida e ainda terão que pagar o salário do administrador. Serão afetados 60 postos no DF. O prazo de 15 dias será contado a partir de terça (26), com a publicação do ato no Diário Oficial da União.
Vimos nos últimos anos muitos grandes grupos de Brasília envolvidos em casos tenebrosos. O empresariado local não tem comunicação com a sociedade, pensando apenas no lucro, muitas vezes obtido de forma irregular.
É uma postura antiga, viciada, tanto que, diante de uma operação drástica como esta dos postos de gasolina, nenhuma liderança apareceu em defesa dos empresários que estão há décadas prestando serviço exclusivo no DF.
Assim, dificilmente a rede Gasol vai conseguir se manter no mercado, o que é útil à sociedade. Finalmente, poderemos ver acabar o cartel que dominou o comércio de combustíveis durante muitas décadas, com preços fixados ao gosto dos empresários. (RENATO RIELLA)
