As atenções estão voltadas para dentro de uma semana, quando o plenário da Câmara Federal votará (em voto aberto) a proposta de impeachment da presidente Dilma Rousseff.
As discussões de hoje (segunda) sobre o assunto são chatas e repetitivas. O presidente da Câmara, Eduardo Cunha, montou uma Comissão Especial para aprovar por maioria simples (metade mais um) a proposta de impeachment.
Aprovada na Comissão, a proposta vai à decisão do plenário, onde precisará ser votada a favor por dois terços dos 513 deputados federais.
Nesse caso, ninguém se arrisca a garantir um resultado contra ou a favor de Dilma.
O governo precisa de um terço dos deputados para escapar do impeachment. Mas esses 172 parlamentares podem salvar Dilma Rousseff sem precisar votar: basta que se declarem ausentes do plenário no dia da votação.
De qualquer modo, o Governo do DF nem esperou a votação da Comissão do Impeachment para construir uma cerca metálica na frente do Congresso Nacional, a qual servirá para separar manifestantes petistas e não-petistas no dia da votação em plenário.
Pergunta-se: quem ficará no lado esquerdo desta cerca? A chamada esquerda certamente não gostaria de ser situada à direita;
E assim segue o Brasil, tratando o impeachment como uma final de Copa do Mundo.
Dois experientes deputados federais com quem conversei longamente na sexta-feira, me afirmaram que mais de duzentos outros deputados não se definem publicamente a favor ou contra.
Um terceiro deputado, engajado na luta pró-impeachment, me confirmou esta informação, mas comentou: “Na hora da votação, muitos ficarão constrangidos pela opinião pública e votarão contra a Dilma”.
O certo é que não dá para apostar ainda em nada.
Prefiro investir na eleição presidencial em outubro. Esta praticamente todo mundo apóia. (RENATO RIELLA)