A Secretaria de Saúde do Distrito Federal espera uma “explosão” de casos de Covid-19 e uma “sobrecarga” nas unidades de saúde nas próximas semanas. As informações foram confirmadas pelo secretário-adjunto de Assistência à Saúde do DF, Fernando Erick Damasceno, em entrevista coletiva hoje (6).
Segundo ele, o aumento ocorre por conta da transmissão comunitária da variante ômicron, mais contagiosa, e das festas de fim de ano. Mas, afirma que a expectativa é que a nova onda da doença seja diferente dos picos anteriores no DF, com maioria dos casos menos graves e estabilidade no número de mortes e internações.
Na entrevista, o gestor ressaltou a importância das medidas necessárias para conter a pandemia, como uso de máscaras, evitar aglomerações e tomar a vacina contra a Covid. “A partir de agora interações não protegidas vão oferecer um risco maior para aqueles que não se protegerem”, disse.
Segundo Fernando Erick Damasceno, o aumento de casos de Covid-19 nas últimas semanas está relacionado à alta na transmissão e também da ampliação da testagem na capital. Ele disse que essa situação já estava prevista pela pasta e que houve esforço para aumentar a realização dos testes, para retirar os casos positivos de circulação.
“Esperamos um aumento abrupto de casos, que é a característica principal da variante ômicron. É o que provavelmente enxergaremos aí nos próximos 45 dias. Porém, a maioria com sintomas leves”, disse.
O secretário-adjunto afirmou que, nesta semana, 15% dos exames feitos em quatro postos de testagem ampla do governo tiveram resultado positivo.
A expectativa é que esse número cresça e chegue a um positivo a cada quatro testes. “O RT [taxa de transmissão do vírus] vai aumentar bastante”, afirmou Fernando.
As afirmações são baseadas em experiências vividas em outras regiões onde a ômicron se espalhou, como a África do Sul e países da Europa. De acordo com o secretário-adjunto, apesar da subida abrupta, o número de casos nesses locais também teve um “declínio rápido”.
Segundo a pasta, há 26 casos confirmados de infecção pela ômicron na capital, sendo cinco com transmissão comunitária – pessoas que não viajaram nem tiveram contato com viajantes e não é possível rastrear como ocorreu o contágio. A Secretaria afirma que todos estão curados.
Ainda segundo o secretário-adjunto, há expectativa de sobrecarga nos hospitais, mas não por casos de internação ou leitos de UTI. “Haverá sobrecarga, porque a sobrecarga será na porta de emergência”, afirmou Fernando Erick Damasceno.
Fonte: g1 – Caroline Cintra e Pedro Alves
Foto: Enap