A agência de classificação de riscos Moody’s anunciou hoje (1º) que manteve a nota de crédito do Brasil no nível Ba2, mas mudou a perspectiva da avaliação de “estável” para “positiva”.
O “rating” atual do Brasil na classificação da Moody’s é Ba2 – o que coloca o País no chamado “grau especulativo”, indicando um risco maior para investimentos estrangeiros.
Ao indicar um viés positivo na análise, a Moody’s sinaliza que pode elevar a nota de crédito no futuro. Representantes da agência se reuniram com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, no dia 23, mas não houve anúncios após o encontro.
“A Moody’s avalia que as perspectivas para o crescimento real do produto interno bruto (PIB) do Brasil são mais robustas do que nos anos pré-pandêmicos, como consequência da implementação de reformas estruturais em vários governos, bem como pela presença de barreiras institucionais que reduzem a incerteza sobre a direção futura das políticas públicas”, diz a nota da agência.
O comunicado diz que um “crescimento mais forte” e uma “consolidação fiscal” podem estabilizar o peso da dívida nas constas públicas, mas aponta que “há riscos” para a continuidade dessa melhora.
“A afirmação do rating Ba2 está baseada na força fiscal ainda relativamente fraca do Brasil, dado o nível elevado de endividamento do país e sua fraca capacidade de pagamento da dívida, que permanece sensível a choques econômicos ou financeiros”, afirma a Moody’s.
A nota de crédito é usada pelos investidores para avaliar em quais países ou empresas o investimento é mais seguro. Se a nota é mais baixa, o risco é maior – o que, em economia, significa cobrar juros mais altos.
Alguns fundos europeus ou norte-americanos, por exemplo, só investem em títulos de países com grau de investimento – as notas mais altas. Ou seja: ter uma classificação boa ajuda a atrair esses recursos internacionais.
Na classificação da Moody’s, o Brasil está atualmente a “dois degraus” do grau de investimento. O mesmo acontece nas classificações das agências S&P e Fitch,
O País chegou receber o grau de investimento da Moody’s entre 2009 e 2015, mas vem se mantendo na nota de crédito Ba2 desde então..
Fonte: g1 – Mateus Rodrigues, Kevin Lima