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set 06 2024

“Alguém que pratica assédio não vai continuar no governo”, afirma Lula

A foto postada por Janja no fim da noite desta quinta-feira: beijo em Anielle Franco

O  presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou hoje (6) “não ser possível” a permanência do ministro dos Direitos Humanos e da Cidadania, Silvio Almeida, no cargo depois das acusações de supostos assédios praticados pelo ministro.

“Alguém que pratica assédio não vai ficar no governo”, garantiu o petista, ao destacar que é preciso conceder direito de defesa a Almeida e defender “apuração correta”. “Mas acho que não é possível a continuidade no governo”, ponderou. O presidente também comentou a foto da primeira-dama, Janja da Silva, onde ela aparece beijando a testa de Anielle.

Lula também declarou que vai discutir a situação do ministro com titulares de outras pastas federais — Ricardo Lewandowski (Justiça e Segurança Pública), Vinicius Carvalho (Controladoria-Geral da União) e Jorge Messias (Advocacia-Geral da União). O presidente também vai consultar duas ministras a respeito do cenário, mas não disse quais são essas mulheres.

Uma das supostas vítimas de Almeida seria a ministra da Igualdade Racial, Anielle Franco, que ainda não se manifestou sobre as acusações. O ministro dos Direitos Humanos negou os episódios ainda nessa quinta (5), quando o caso veio à tona. O presidente afirmou que vai conversar com os dois ministros antes de tomar uma decisão e não descartou afastar Almeida, em vez de demiti-lo.

“É isso que vou decidir hoje à tarde. Primeiro, vou conversar com esses três ministros, mais duas mulheres que estão no governo, que são ministras. Depois, vou conversar tanto com o Silvio tanto com a Anielle, e vou tomar uma decisão, porque o governo precisa de tranquilidade”, destacou, em entrevista a rádios goianas.

Lula citou os resultados econômicos de sua gestão e disse que “não vai permitir” que o governo seja prejudicada. “O país está indo bem. Não vou permitir que um erro pessoal de alguém ou um equívoco de alguém vá prejudicar o governo. Queremos paz e tranquilidade, e o assédio não pode coexistir com a democracia, com o respeito aos direitos humanos e, sobretudo, com o respeito aos subordinados”, acrescentou o presidente.

“Então o que vai acontecer: fiquei sabendo disso ontem e pedi aos ministros da AGU, CGU e da Justiça que conversassem com as pessoas até eu chegar [em Brasília] hoje às 14h30. O que posso antecipar, alguém que pratica assédio não vai ficar no governo. Eu só tenho que ter o bom senso, é preciso que a gente permita o direito à defesa, à presunção de inocência, tem o direito de se defender. Nós vamos colocar a Polícia Federal, o Ministério Público e a Comissão de Ética da Presidência da República para investigar”, acrescentou Lula.

O presidente citou, ainda, os esforços do governo em combater os abusos cometidos contra as mulheres. “Vamos ter que apurar corretamente, mas acho que não é possível a continuidade no governo, porque o governo vai fazer jus a seu discurso, de defesa das mulheres, de defesa, inclusive, dos direitos humanos com alguém que esteja sendo acusado de assédio”, reforçou.

“Veja, eu estou numa briga danada contra a violência contra as mulheres. Meu governo tem prioridade em fazer com que as mulheres se transformem, definitivamente, numa parte importante da política nacional. Então, não posso permitir que tenha assédio”, completou Lula.

O petista também comentou a foto que a primeira-dama, Janja da Silva, publicou nas redes sociais, ainda na noite de ontem (5). No registro, sem escrever nenhum comentário, Janja aparece beijando a testa de Anielle.

“O motivo de uma foto da Janja com Anielle é a demonstração inequívoca de que as mulheres estão com as mulheres. É o normal. Não tem uma mulher que fique favorável a alguém que seja denunciado de assédio”, opinou.

Fonte: R7 – Ana Isabel Mansur

Foto: Reprodução/Instagram

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