O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) obteve, no primeiro semestre de 2024, lucro líquido recorrente no valor de R$ 7,2 bilhões, um crescimento de 94% frente ao mesmo período de 2023 (R$ 3,7 bilhões). O resultado financeiro foi concentrado principalmente em ganhos de crédito e tesouraria.
Já o resultado operacional apontou que as aprovações de crédito, no primeiro semestre de 2024, superaram as marcas dos últimos seis anos, somando R$ 64,9 bilhões (aumento de 79% em relação ao mesmo período de 2023). Os desembolsos do BNDES, que totalizaram R$ 49,3 bilhões no primeiro semestre de 2024, mantém uma trajetória de crescimento, com um aumento de 21% frente ao mesmo período de 2023.
Os números foram apresentados hoje (13) na sede do BNDES, no Rio, com a participação do presidente Aloizio Mercadante e dos diretores Alexandre Abreu (Financeira e Mercados de Capitais), Nelson Barbosa (Planejamento e Relações Institucionais), Maria Fernanda Coelho (Crédito Digital para MPMEs), Luciana Costa (Infraestrutura e Mudança Climática), Tereza Campello (Socioambiental), Helena Tenório (Pessoas, Gestão e Operações) e José Luis Gordon (Desenvolvimento Produtivo, Inovação e Comércio Exterior).
O volume total de aprovações do Banco cresceu em todos os recortes setoriais, com destaque para o aumento de 143% nas aprovações de infraestrutura (R$ 26,1 bilhões) e de 70% na indústria (R$ 13,6 bilhões), seguidos de 66% em comércio e serviços (R$ 11,1 bilhões) e 31% em agropecuária (R$ 14,1 bilhões). O resultado inclui operações diretas e indiretas (via agentes financeiros repassadores de recursos do BNDES).
Somente para as micro, pequenas e médias empresas (MPMEs) as aprovações de crédito totalizaram R$ 29,3 bilhões, ante R$ 19,1 bilhões do primeiro semestre de 2023 (aumento de 53,2%). Os valores aprovados no primeiro semestre de 2024 representam o dobro do apurado no primeiro semestre de 2022.
“Os resultados do primeiro semestre de 2024 comprovam que, no governo do presidente Lula, o BNDES retomou o seu papel como o principal instrumento de promoção do desenvolvimento do Brasil. Em janeiro de 2023, encontramos o Banco com funding e liquidez comprometidos. Agora, alcançamos a maior carteira de crédito dos últimos seis anos, com inovações importantes para captação de recursos sem impacto primário, como a ampliação do Fundo Clima, a Letra de Crédito do Desenvolvimento e o Fundo Investimento em Infraestrutura Social”, afirma o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante.
No primeiro semestre de 2024, o lucro líquido total foi de R$ 13,3 bilhões, superior aos R$ 9,5 bilhões apurados no primeiro semestre de 2023, influenciado por eventos não recorrentes como dividendos e recuperações de crédito. No primeiro semestre deste ano, as receitas de dividendos e juros sobre o capital próprio somaram R$ 4,3 bilhões (basicamente oriundas da Petrobras) e a reversão de provisões de crédito totalizou R$ 1,7 bilhão – devido a revisões de classificação de risco e recuperação de créditos provisionados em exercícios anteriores.
Os ativos totais do Sistema BNDES somaram R$ 778 bilhões em 30 de junho de 2024, um acréscimo de R$ 45,5 bilhões em relação a dezembro de 2023, destacando o aumento de R$ 15,2 bilhões da carteira de crédito expandida e de R$ 25,3 bilhões dos títulos e valores mobiliários, em função de ingressos de recursos do Fundo Nacional sobre Mudança do Clima e do Tesouro Nacional, visando o Programa BNDES Emergencial do Rio Grande do Sul.
A carteira de crédito expandida, que abrange financiamentos, debêntures e outros ativos de crédito, alcançou o montante de R$ 530,2 bilhões em 30 de junho de 2024, representando, assim, 68,1% dos ativos totais e a maior carteira em termos nominais dos últimos seis anos. O aumento foi influenciado pelo crescimento dos desembolsos e pela apropriação de juros e atualização monetária.
A inadimplência de 0,07% permanece inferior à do Sistema Financeiro Nacional (3,24% geral e 0,41% para grandes empresas em junho de 2024).
O patrimônio líquido do BNDES atingiu R$ 160 bilhões em 30 de junho de 2024, acréscimo de 5,8% em relação a 31 de dezembro de 2023. O aumento de R$ 8,7 bilhões decorre, principalmente, do lucro líquido de R$ 13,3 bilhões, atenuado por R$ 5,3 bilhões destinados como dividendos complementares relativos ao exercício de 2023, a serem pagos sob a forma de dividendos ou juros sobre capital próprio (JCP).
Fonte: BNDES