«

»

set 04 2024

Brasil pode perder o Pantanal até o fim do século, diz ministra do Meio Ambiente

Corumbá (MS), 28/06/2024 - Focos de incêndio nos arredores de Corumbá-MS. Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

A ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, afirmou hoje (4) que o Brasil pode perder o Pantanal por completo, até o fim deste século, se o mundo não for capaz de reverter o cenário de aquecimento global.

Marina participou de uma sessão da Comissão de Meio Ambiente do Senado hoje para falar sobre as queimadas e a estiagem prolongada que atinge a maior parte do país – com prejuízo maior ao Pantanal e à Amazônia.

“Segundo os pesquisadores, se continuar o mesmo fenômeno em relação ao Pantanal, o diagnóstico é de que poderemos perder o Pantanal até o final do século. Isso tem um nome: baixa precipitação, alto processo de evapotranspiração, não conseguindo alcançar a cota de cheia, nem dos rios nem da planície alagada”, explicou Marina.

Na audiência com senadores, a ministra do Meio Ambiente que, diante dos dados, será preciso ampliar — cada vez mais — os esforços e recursos de combate a consequências das mudanças climáticas. Marina mencionou altas orçamentárias em relação ao governo de Jair Bolsonaro (PL) fez apelos a congressistas para “quem quiser contribuir” com recursos à pasta.

A ministra defendeu, ainda, que o Congresso crie um marco regulatório de emergência climática, que exclua da meta fiscal do governo federal os recursos gastos nessas condições.

“Se tenho que agir preventivamente, como é o entendimento de Vossas Excelências e nosso, tenho que ter cobertura legal para isso”, afirmou.

Marina avaliou que o governo vive um “paradoxo” com cobranças simultâneas de investimento em medidas de combate ao incêndio e em empreendimentos que são “altamente retroalimentadores do fogo”.

Ela não especificou quais investimentos seriam esses, mas, em outro momento de sua participação, rebateu críticas sobre seus posicionamentos contrários a obras de infraestrutra e exploração mineral, como a margem equatorial.

“Nós temos condições de fazer esse enfrentamento com os meios que dispomos? Vamos ter que ampliar cada vez mais o nosso esforço. Ao mesmo tempo somos cobrados que tenha-se medidas para fazer medidas de combate ao fogo e, ao mesmo tempo, somos cobrados para que se faça investimentos que são altamente retroalimentadores do fogo. É um paradoxo. Não preciso citar aqui os empreendimentos”, declarou.

A ministra disse ainda que o esforço do governo federal no enfrentamento às queimadas e à seca histórica no país é para “empatar o jogo” – ou seja, para mitigar os danos e reverter o que ela chama de “condições muito desfavoráveis”.

Segundo Marina, o trabalho feito pelo governo desde janeiro de 2023 evitou uma “situação completamente incontrolável”. “Eu diria que o esforço que está sendo feito nesse momento é de tentar ‘empatar o jogo’, com essas condições totalmente desfavoráveis”, disse Marina.

Fonte: g1 – Kevin Lima, Mateus Rodrigues

Foto: EBC – Marcelo Camargo

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Você pode usar estas tags e atributos HTML: <a href="" title=""> <abbr title=""> <acronym title=""> <b> <blockquote cite=""> <cite> <code> <del datetime=""> <em> <i> <q cite=""> <s> <strike> <strong>

*