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out 29 2024

Cine Brasília recebe mostra inédita sobre doenças raras a partir de hoje

O Festival Raro de Cinema começa hoje (29) no Cine Brasília, com apoio da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Distrito Federal (Secec-DF).

Pioneira no país, a mostra busca conscientizar o público sobre a realidade de pacientes com patologias raras e a luta por inclusão na sociedade

A programação reúne nove obras e segue até sexta-feira (1º), com sessões às 9h30, às 14h e às 16h. A entrada é gratuita.

Esta é a primeira mostra de filmes no Brasil focada exclusivamente em produções sobre condições raras.

Segundo o jornalista Guilherme Vicente de Morais, idealizador e curador do festival, são abordados os desafios inerentes às enfermidades, como diagnósticos frequentemente tardios, tratamentos limitados, dificuldade no acesso a medicamentos e falta de informações adequadas, além dos impactos psicológicos ao paciente e familiares.

“Busquei filmes com representações verdadeiras e, ao mesmo tempo, com recursos de acessibilidade”, comentou Morais. “São obras que trazem a realidade clínica do paciente, mas que também têm qualidade cinematográfica e um olhar sensível sobre as doenças raras, que mostram o lado emocional da jornada entre a suspeita e o diagnóstico. Esse costuma ser o grande gargalo, porque o diagnóstico é fechado muito tardiamente, às vezes demora cinco, sete anos, devido ao desconhecimento dos sintomas.”

Mais de oito mil doenças raras são catalogadas pela Organização Mundial da Saúde (OMS). As patologias são crônicas, progressivas e degenerativas, como, por exemplo, a distrofia muscular de Duchenne, alteração genética congênita que afeta a musculatura esquelética e cardíaca, e a esclerose lateral amiotrófica (ELA), condição neurodegenerativa progressiva que afeta os neurônios responsáveis pela inervação dos músculos.

Os filmes contam com recursos de acessibilidade, como audiodescrição, tradução em libras e legendas em português

Para o curador da mostra, embora o número de pessoas afetadas seja elevado, o tema ainda é insuficientemente debatido. “Mais de 13 milhões de pessoas no país têm uma doença rara e, no DF, pelo menos 5% da população faz parte desse grupo. A nossa expectativa é que o festival gere empatia e conscientização, que quem vier assistir a algum filme saia com uma visão mais ampla, que se sinta tocado com as histórias retratadas. É um tema urgente que precisa ser discutido de forma massiva porque, neste caso, a informação salva vidas”, observa.

Os filmes contam com recursos de acessibilidade, como audiodescrição, tradução em libras e legendas em português. A classificação indicativa é de 14 anos. Entre os títulos, há os documentários A Planta, de Bento Brant, e Tin Soldiers, de Odette Schwegler, além dos longas A História de Cada Um, de Pedro Henrique Moutinho, e Ilegal, de Rapha Erichsen e Tarso Araújo.

Fonte: Agência Brasil – Catarina Loiola

Foto: Agência Brasil – Divulgação

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