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ago 06 2024

Copom diz que não hesitará em elevar taxa de juros “se julgar apropriado”

Comitê de Política Monetária (Copom)do Banco Central informou em ata divulgada hoje (6) que “não hesitará” em elevar a taxa de juros para assegurar a convergência da inflação para a meta de 3%. No texto, o comitê, responsável pela análise e definição da Selic, reforçou que a afirmação foi feita de forma unânime por todos os diretores do colegiado.

No documento, o Banco Central cita um “cenário global desafiador” e avalia que o desenrolar será “particularmente importante” para definir os próximos passos de política monetária.

“O comitê, unanimemente, avalia que o momento corrente é de ainda maior cautela e de acompanhamento diligente dos condicionantes da inflação, sem se comprometer com estratégias futuras”, diz o texto.

Na quarta-feira (31), o Copom decidiu de forma unânime manter a taxa básica de juros em 10,5% ao ano. A decisão veio alinhada às expectativas do mercado, que esperava a manutenção da Selic devido à alta do dólar, à deterioração de expectativas de inflação e a um câmbio mais desvalorizado.

No comunicado, o comitê avaliou que o cenário externo, “também marcado por menor sincronia nos ciclos de política monetária entre os países, segue exigindo cautela por parte de países emergentes”. O Copom também analisou o mercado interno, com medidas de inflação subjacente acima da meta nos últimos resultados e expectativas para 2024 e 2025 em 4,1% e 4%, respectivamente.

Na ata, o BC afirma que as projeções de inflação ficaram em 4,2% para 2024 e 3,4% para 2025, considerando a Selic constante em 10,5% ao longo do horizonte relevante. Segundo o texto, todos os membros concordaram que há mais riscos para cima na inflação, inclusive com “vários membros” enfatizando a “assimetria” do balanço de riscos.

“O comitê avalia que as conjunturas doméstica e internacional exigem ainda maior cautela na condução da política monetária. Em particular, os impactos inflacionários decorrentes dos movimentos das variáveis de mercado e das expectativas de inflação, caso esses se mostrem persistentes, corroboram a necessidade de maior vigilância”, informa o documento.

Esta é a segunda vez consecutiva que a taxa de juros foi mantida em 10,5% ao ano. Na última reunião, em junho, o Banco Central interrompeu, em decisão unânime, o ciclo de cortes da taxa básica de juros iniciado em agosto do ano passado.

A velocidade dos cortes da Selic já vinha caindo. De agosto de 2023 a março de 2024, o comitê reduziu, a cada reunião, os juros básicos em 0,5 ponto percentual. Já na reunião de maio, a redução foi de 0,25 ponto percentual.

A decisão ocorre em meio às recentes críticas do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao chefe do Banco Central, Roberto Campos Neto. O petista chegou a afirmar no mês passado que o presidente do BC não demonstrava “autonomia”, tinha “lado político” e trabalhava para “prejudicar” o país.

Fonte: R7

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