Dois fatores, em especial, explicam esse domínio, segundo o analista de Estratégia e Informação Macro Aurélio Bedê. Um deles é o natural amadurecimento do negócio e, consequentemente, de seus proprietários. Em um ambiente mais estável, as empresas tendem a perdurar e se manterem sólidas no mercado por muitos anos.
“Mas também não podemos desprezar o efeito da entrada de um contingente de empreendedores no mercado brasileiro tradicionalmente mais motivados pela oportunidade do que pela necessidade, o que dá ao negócio uma maior solidez, planejamento e base para superar os obstáculos e permanecer durável.”, disse Macro Aurélio Bedê, analista de Estratégia e Informação
Os dados da GEM 2023 validam essa análise. Tradicionalmente, no Brasil a taxa para empreender motivada pela oportunidade é sempre superior à taxa por necessidade , com exceção dos anos de economia em crise, como em 2020 e 2021, em que a maioria dos negócios chegou ao mercado motivado pela necessidade.
Em 2023 os bons ares da economia reverteram esse quadro, com maior taxa para o empreendedorismo por oportunidade. Entre os empreendedores iniciais da faixa jovem, por exemplo, esse perfil correspondeu a 65% e entre os intermediários, 54,6%.
Entre os pequenos negócios abertos pelo grupo sênior, ainda é grande o número de empreendimentos abertos por necessidade: foram 63% em 2020 e 54% em 2023, segundo a GEM. A maior dificuldade para as pessoas com mais de 54 anos entrar no mercado de trabalho pode explicar parte dessa realidade. Como revelou o último estudo, motivação para o público sênior investe no empreendedorismo ainda é a escassez se emprego nessa faixa etária.
Predominante nas mão de pessoas brancas (56% do total, os negócios comandados pela faixa dos 55 a 60 anos contrastam com a realidade das outras duas categorias (jovem e intermediária) que apresentam, igualmente, 58% de empreendedores que se declaram pretos ou pardos. Nota-se ainda, na pesquisa de 2023, que os homens predominam em tidas as faixas etárias e nos estágios dos negócios, sendo a menor diferença encontrada no empreendedorismo inicial da faixa intermediária, com 56% de homens versus 44% de mulheres.
Em contraste, a maior distância, de 48 pontos percentuais, se dá no empreendedorismo estabelecido na faixa dos empreendedores mais velhos, com 74% de homens contra 26% de mulheres.
A forte presença do empreendedor masculino na faixa dos 55 a 64 anos parece refletir no tipo de atividade criada por esse público, quando avaliamos suas novas empresas. Enquanto cabeleireiros (e tratamento de beleza) e o comércio varejista de artigos do vestuário e acessórios estão entre as atividades iniciais predominantes entre os jovens empreendedores, na categoria sênior, formada majoritariamente por homens são o comércio varejista de ferragens, maderias e materiais de construção e restaurantes
Fonte/foto: Sebrae