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set 12 2024

Incêndios em área de floresta nativa na Amazônia cresce 132% em agosto

portal plural Área de floresta nativa atingida pelo fogo na amazônia cresce 132% em agosto, aponta relatório

A área de floresta nativa queimada na Amazônia aumentou 132% em agosto de 2024 em relação ao mesmo mês de 2023, segundo relatório do Monitor do Fogo, do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam) e da rede MapBiomas.

O aumento de incêndios em áreas de floresta mostra uma mudança de cenário na Amazônia, no qual o clima seco e o calor passaram a influenciar as áreas devastadas pelo fogo em uma floresta até então reconhecida por ser tipicamente úmida.

Os dados divulgados hoje (12) apontam que umterço da área afetada pelas chamas é composta por vegetação nativa, ou seja, áreas que não foram desmatadas e depois incendiadas para limpeza antes de plantio ou criação de gado, como é mais comum na ocupação irregular na região.

O aumento de 132% representa 685.829 hectares de florestas nativas destruídos pelo fogo neste mês, enquanto no ano anterior foram 295.777 hectares, e em 2019, 207.259 hectares.

No começo do mês, em sessão na Comissão de Meio Ambiente do Senado, Marina Silva já havia citado o percentual da área de florestas de pé afetada pelo fogo e feito um alerta sobre os riscos e mudança de cenário.

“Significa que nós estamos num processo severo de mudança do clima, a floresta entrando num processo de perda de umidade e se tornando vulnerável a incêndio. Seja por ignição humana ou até no futuro, se isso permanecer, por fenomenos naturais, em função da incidência de raios. É uma química altamente deletéria, inimaginável”, disse Marina Silva em sessão no Senado.

Em agosto deste ano, o fogo aumentou 38% em áreas agropecuárias em comparação ao mesmo mês de 2023. Foram queimados cerca de 1,1 milhão de hectares neste ano, contra 806.772 hectares no ano passado.

A análise do Monitor do Fogo para os oito primeiros meses de cada ano aponta que agosto é sempre o mês com maior área atingida pelas queimadas, marcando o início da “temporada do fogo” na Amazônia.

Em 2024, porém, o aumento no acumulado destes oito primeiros meses foi de 54% em relação a 2023, com destaque para o crescimento das queimadas em áreas de floresta.

Ainda segundo o levantamento, as Florestas Públicas Não Destinadas (FPNDs), que são o principal alvo de grilagem na Amazônia, tiveram o maior aumento entre as categorias fundiárias: 175%.

A área queimada nessas florestas passou de 308.570 hectares em 2023 para 849.521 hectares em 2024. As FPNDs representaram 16% de toda a área queimada no bioma nesse período.

Já as Terras Indígenas (TIs) concentraram 24% de todas as queimadas na Amazônia nos primeiros oito meses de 2024, sendo a categoria fundiária mais afetada. Em comparação com o mesmo período de 2023, quando 937.148 hectares foram queimados, houve um aumento de 39%, atingindo 1.300.646 hectares este ano.

Em seguida, vêm os imóveis rurais privados cadastrados no CAR e no SIGEF, que somaram 23% da área queimada entre janeiro e agosto. Em 2023, essas propriedades tiveram 696.586 hectares queimados, enquanto em 2024 o número subiu para 1.233.888 hectares, representando um aumento de 77%.

Fonte: g1 – Roberto Peixoto

Foto: Reprodução

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