Os empresários da indústria da construção têm relatado dificuldade em contratar mão de obra para o setor, seja ela qualificada ou não qualificada. A informação consta na Sondagem Indústria da Construção, da Confederação Nacional da Indústria (CNI). A pesquisa, divulgada hoje (29) mostra que a falta ou alto custo de trabalhador não qualificado foi assinalada por 24,7% dos industriais e ficou em segunda posição no ranking de principais problemas. Frente ao primeiro trimestre, a dificuldade aumentou 9,9 pontos percentuais.
“As indústrias de construção demonstram que não estão conseguindo atrair e reter trabalhadores mais jovens, pois eles estão preferindo outras carreiras”, explica a economista da CNI, Paula Verlangeiro.
A elevada carga tributária se manteve na primeira posição no ranking, assinalada por 28,3% dos empresários. O problema de taxas de juros elevadas ocupou a terceira posição, apontado por 24,0% dos entrevistados e a burocracia excessiva ficou na quarta posição, segundo 20,1% dos industriais.
No segundo trimestre, a percepção de alta de preços dos insumos e matérias-primas foi mais intensa e disseminada entre os empresários da construção. O índice subiu de 58,6 pontos para 61,8 pontos.
A insatisfação com a margem de lucro operacional ficou com 45,6 pontos e a situação financeira com 48,7 pontos no trimestre. Apesar de terem apresentado aumento quando comparada com o primeiro trimestre do ano, os indicadores seguem abaixo da linha divisória de 50 pontos, que separa satisfação de insatisfação.
O índice de acesso ao crédito saiu de 38,5 para 39,1 pontos, significando que empresários industriais seguem com dificuldades para conseguir financiamento.
O índice do nível de atividade avançou 2 pontos, passando de 47,9 pontos, em maio, para 49,9 pontos, em junho. Ao ficar bem próximo da linha divisória, o índice mostra que o nível de atividade ficou estável na passagem de maio para junho.
Já o índice do número de empregados caiu de 49 pontos para 48,8 pontos em junho. Como o índice continuou abaixou da linha divisória dos 50 pontos, o emprego segue em queda na comparação com o mês anterior.
O Índice de Confiança do Empresário da Indústria de Construção recuou 1,1 ponto, de 52,9 pontos para 51,8 pontos. A queda está relacionada, principalmente, ao Índice de Condições Atuais, que mensura a percepção dos empresários acerca das condições correntes da economia brasileira e da empresa. O índice caiu 2,3 pontos em julho, passando de 47,8 pontos para 45,5 pontos.
Além disso, a avaliação das condições correntes da própria empresa se tornou negativa: o Índice de Condições Atuais da empresa caiu de 50,8 pontos, em junho, para 49,3 pontos, em julho.
Já o Índice de Expectativa, que mede as perspectivas dos empresários acerca da própria empresa e da economia brasileira, recuou 0,5 ponto na passagem de junho para julho. Apesar da queda, o índice ainda está acima da linha divisória dos 50 pontos, indicando que as perspectivas seguem favoráveis.
Em julho, o índice de intenção de investimento da indústria da construção manteve-se inalterado em 46,6 pontos. Esse resultado é superior ao registrado em julho de 2023 (46,0 pontos) e maior que o de julho de 2022 (45,0 pontos).
Com isso, o indicador permaneceu estável, em patamar elevado, já que a média histórica do índice de intenção de investimento é de 37,5 pontos.
Fonte/foto: Ascom/CNI – Giovanna Chmurzynski