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ago 22 2024

Intenção de consumo das famílias cai, mas acesso ao crédito melhora

Consumidores fazem compras em supermercado

Intenção de Consumo das Famílias (ICF), apurada mensalmente pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), recuou 0,1% em agosto. Essa queda, a segunda consecutiva no ano, é atribuída principalmente à piora na perspectiva profissional, que diminuiu 0,2%.

No entanto, o resultado foi amenizado por um cenário mais favorável para o acesso ao crédito, que cresceu 0,6%. Apesar da redução, o indicador alcançou 102,2 pontos, permanecendo acima do nível de satisfação e atingindo o maior patamar desde maio deste ano.

“Embora as taxas de juros ainda estejam elevadas, a melhoria das condições de crédito reflete um esforço conjunto para tornar o mercado mais acessível, equilibrando a necessidade de controle da inadimplência com o incentivo ao consumo responsável”, afirma o presidente do Sistema CNC-Sesc-Senac, José Roberto Tadros.

A desaceleração do crescimento contínuo da geração de empregos levou a um recuo na percepção dos consumidores em relação ao emprego atual e à perspectiva profissional em julho.

No entanto, o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) de julho mostrou um aumento do número de assalariados, com um saldo líquido superior ao de junho. Isso resultou em um crescimento de 0,4% no indicador que mede a satisfação com o emprego atual. “Mesmo com a percepção mais favorável do momento atual, os consumidores continuam cautelosos com relação à evolução do mercado de trabalho”, diz Tadros.

A intenção de consumo em agosto apresentou caminhos distintos entre as faixas de renda analisadas. As famílias com renda abaixo de 10 salários mínimos mantiveram estabilidade, enquanto aquelas com renda acima desse patamar registraram uma queda de 0,2%. A perspectiva de consumo para os próximos meses também refletiu essa diferença, com redução de 0,7% entre as famílias de maior renda e 1,1% entre as de menor renda.

“Embora as famílias que ganham mais tenham reduzido sua intenção de consumo, são as de menor renda que enfrentam maior redução da perspectiva de consumo. Isso pode ser atribuído a uma maior seletividade no crédito, que favorece aqueles com maior capacidade de pagamento”, observa o economista-chefe da CNC, Felipe Tavares.

A maior diferença entre as rendas ocorreu no item que avalia o acesso ao crédito, com as famílias com rendimento abaixo de 10 salários mínimos tendo um avanço de 0,7% no subindicador, enquanto aquelas com maior renda mostraram queda de 0,4%. Isso sugere uma melhora da seletividade do crédito, beneficiando principalmente as famílias de menor renda.

A crise climática vivida pelo Rio Grande do Sul teve forte impacto na intenção de consumo dos gaúchos, nos últimos meses. Agora, após três quedas mensais consecutivas, houve um crescimento de 2,6%. Apesar da queda do subindicador que avalia a satisfação com o emprego atual, que diminuiu 1,6%, a per

“O crescimento da perspectiva profissional indica que os consumidores estão começando a ver sinais de recuperação econômica, o que é um bom presságio para o futuro do consumo na região”, destaca Felipe Tavares. A maioria dos indicadores apresentou recuperação mensal. Ainda assim, o único destaque positivo em comparação com agosto de 2023 foi a percepção da renda atual, que aumentou 1%.

Fonte: Ascom/CNC

Foto: Agência Brasil – Marcelo Camargo

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