Chegamos a um estágio em que não adianta ler jornais nem revistas durante alguns dias.
Já sabemos o que acontecerá. A presidente Dilma Rousseff vai perder na Comissão do Impeachment.
Como dizem hoje todas as revistas, Dilma Rousseff e o seu vice Michel Temer estão usando todos os “argumentos” para ganhar a batalha do impeachment no plenário da Câmara Federal.
É aquela velha história: se 172 deputados deixarem de comparecer, Dilma escapa.
Ninguém se arrisca a dizer, hoje, se Dilma perde ou ganha. Vamos levar dias e dias nesse suspense, lendo a mesma notícia.
No Tribunal Superior Eleitoral, nada de novo vai acontecer enquanto o ministro Gilmar Mendes não tomar posse como presidente em maio.
Na operação Lava-Jato, não temos perspectiva de novas operações.
A lista de Odebrecht deixou de ser comentada e a delação premiada da Andrade Gutierrez não produziu ainda resultados bombásticos.
A questão das offshores está morna. Não esperem nada decisivo nos próximos dias. E muita gente jura pela alma da própria mãezinha que teve “offshore legal” nos suspeitos paraísos fiscais.
O dólar sobe-e-desce. A bolsa sobe-e-desce. O desemprego sobe. A inflação ameaça crescer menos. O déficit do PIB ameaça subir mais. E nada de novo acontece nessas áreas.
Um dia, o Supremo Tribunal Federal decidirá se Lula vai ser ou não vai ser ministro. Uma enrolação!
E Eduardo Cunha continua empurrando a sua própria cassação com a barriga, num abuso incomensurável.
Está muito difícil para a garotada das redações fazer notícia nesses dias.
Mais difícil ainda é fazer análise política.
E fazer prognóstico é irresponsabilidade – ou mera torcida.
O Brasil parou para se ver – e o retrato exprime perplexidade, apatia ou revolta.
Tudo pode acontecer – ou nada.
O jornal de hoje será igual aos jornais das próximas semanas. Até que saibamos – quando? – se Dilma fica ou se ficará licenciada durante seis meses, ainda morando no Palácio da Alvorada. (RENATO RIELLA)