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jun 27 2024

Polícia Federal faz operação contra ex-diretores da Americanas

Americanas: resiliente, operação física viu vendas brutas cairem 4,4% nos nove primeiros meses do ano (Americanas S.A./Divulgação)

A Polícia Federal (PF) iniciou hoje (27) a Operação Disclosure, contra as fraudes contábeis nas Lojas Americanas que, segundo as investigações, chegaram a R$ 25 bilhões. Já são considerados foragidos o ex-CEO Miguel Gutierrez e Anna Christina Ramos Saicali, uma de suas diretoras.

Agentes da PF também saíram para cumprir 15 mandados de busca e apreensão contra outros ex-executivos do grupo. A 10ª Vara Federal Criminal ainda determinou o bloqueio de R$ 500 milhões em bens dos envolvidos.

Miguel e Anna Christina estão no exterior. Seus nomes serão incluídos hoje na Difusão Vermelha da Interpola lista dos mais procurados do mundo.

De acordo com a PF, a fraude maquiou os resultados financeiros do conglomerado a fim de demonstrar um falso aumento de caixa e consequentemente valorizar artificialmente as ações das Americanas na bolsa.

Com esses números manipulados, segundo a PF, os executivos recebiam bônus milionários por desempenho e tinham lucros ao vender as ações infladas no mercado financeiro.

A maquiagem foi detectada em pelo menos duas operações: Risco sacado: antecipação do pagamento a fornecedores por meio de empréstimo junto a bancos; Verba de propaganda cooperada (VPC): incentivos comerciais que geralmente são utilizados no setor, mas no presente caso eram contabilizadas VPCs que nunca existiram.

A operação é fruto de investigação iniciada em janeiro de 2023, após a empresa ter comunicado a existência de “inúmeras inconsistências contábeis” e um rombo patrimonial estimado, inicialmente, em R$ 20 bilhões. Mais tarde, a Americanas revelou que a dívida chegava a R$ 43 bilhões.

Foram identificados  crimes, como manipulação de mercadouso de informação privilegiada (ou insider trading), associação criminosa e lavagem de dinheiro. Caso sejam condenados, os alvos poderão pegar até 26 anos de prisão.

A força-tarefa contou com procuradores do Ministério Público Federal (MPF) e representantes da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). A atual administração do Grupo Americanas também contribuiu com o compartilhamento de informações da empresa.

Disclosure, expressão utilizada pela Polícia Federal para designar a operação, é um termo do mercado de capitais referente ao fornecimento de informações para todos os interessados na situação de uma companhia e tem relação com a necessidade de transparência das empresas de capital aberto.

Fonte:g1 – Guilherme Peixoto, Mahomed Saigg e Ascom/Polícia Federal

Foto: Divulgação

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