O valor médio da cesta de consumo básica de alimentos de outubro/23 subiu em relação ao mês anterior em seis das oito capitais analisadas mensalmente pela plataforma Cesta de Consumo HORUS & FGV IBRE. O aumento no valor foi de 0,2% a 6,8% e nas capitais onde houve queda, foi de -1,9% até -0,6%. O resultado apresenta tendência de alta, que pode estar relacionada ao aumento no preço do diesel, combustível usado em transportes para frete de mercadorias, e às mudanças climáticas, que impactam a produtividade das lavouras.
As cidades que registraram as maiores altas foram Rio de Janeiro e São Paulo 6,8% e 1,4%, respectivamente. Já Fortaleza e Belo Horizonte foram as cidades em que houve redução no preço médio, de -1,9% e -0,6% respectivamente.
A cesta mais cara continua a ser a do Rio de Janeiro (R$ 887,33), seguida pelas de São Paulo (R$ 795,50) e Salvador (R$ 688,11). Por outro lado, as capitais Belo Horizonte (R$ 594,77), Manaus (R$ 637,42), e Brasília (R$ 670,20) registraram os menores valores.
Dos 18 produtos da cesta básica, dois registraram aumento no preço em todas as regiões, arroz e frango, enquanto vários outros produtos subiram em quase todas as capitais.
O arroz vem apresentando tendência de alta em virtude da oferta escassa no mundo e do período de entressafra no Brasil, gerando menor disponibilidade interna, bem como devido às chuvas e ciclones que atingiram, nos últimos meses, o Rio Grande do Sul, estado que é o maior produtor de arroz do país.
Já a alta no preço do frango pode ser atribuída ao calor fora de época, proveniente do El Niño, que afeta a produção das aves e impacta sua taxa de mortalidade, devido ao estresse térmico das granjas e no transporte para abatedouros, além da demanda externa aquecida, o que contribui mais ainda para a redução da oferta.
Apesar da tendência geral de aumento de preços, alguns produtos tiveram queda em quase todos as capitais, como os listados abaixo, com destaque para os ovos e o leite UHT.
A variação acumulada dos últimos seis meses no valor da cesta básica, no ano de 2023, caiu em todas as oito capitais, com reduções que variam de -9,0% a -3,1%. A mais significativa foi em Brasília, com queda de -9,0% no período.
Quando se considera a cesta de consumo ampliada, que inclui bebidas e produtos de higiene e limpeza, além de alimentos, houve elevação no valor médio em quatro das oito capitais analisadas. Os aumentos ficam entre 1,3% e 5,0% Rio de Janeiro e Salvador respectivamente. As capitais que apresentaram valores mais altos da cesta ampliada continuam a ser do Rio de Janeiro (R$ 2050,85) e São Paulo (R$ 1.881,48).
Manaus e Fortaleza tiveram os menores valores da cesta ampliada, com R$ 1.434,82 e R$ 1.631,94 respectivamente.
O comportamento da cesta de consumo ampliada seguiu a tendência da cesta básica, sugerindo que o movimento de aumento dos preços afetou não somente os itens da cesta básica, mas demais produtos frequentemente presentes nos carrinhos de compras do consumidor.
O aumento no valor da cesta básica na maioria das capitais em outubro é reflexo do aumento nos preços de produtos importantes presentes em diversas refeições na mesa do consumidor, como arroz, frango e açúcar, afetando, especialmente, os consumidores de mais baixa renda, que gastam a maior parte de seu orçamento doméstico com alimentação.
Fonte/foto: FGV Ibre