JOSÉ CRUZ
Há seis anos, conversei com Bebeto de Freitas por dez horas. Começou num café da manhã num hotel do Rio, continuou num almoço em Ipanema e terminou num jantar. Que aula sobre o esporte brasileiro, sua gestão e corrupção. Que aula! Escrevi sobre esse encontro no UOL Esporte.
A partir de então, conversávamos nas suas vindas a Brasília, algumas vezes na companhia de Lindberg, secretário da Comissão de Esporte da Câmara, do mestre Luiz Lima, que foi secretário executivo do Ministério do Esporte, e sua assessora Georgiana.
Há dois anos, Georgiana me convidou para a empreitada honrosa de escrever um livro sobre Bebeto, projeto que ela liderou. Eu estava envolvido com o livro da CPI do Futebol, no Senado, e indiquei dois craques do jornalismo olímpico, os amigos João Pedro Nunes e Denise Mirás, que estiveram com ele, por anos, na cobertura do vôlei.
Bebeto tinha no sangue a indignação contra a corrupção no esporte, herança do tio, João Saldanha. Por isso, foi perseguido por Carlos Nuzman, o covarde, medroso das denúncias de corrupção no COB que Bebeto fez, sem nunca ter sido contestado pelo cartola.
A recente prisão de Nuzman, por corrupção, é o ponto de partida das verdades denunciadas por Bebeto.
Triste. Desgraçadamente triste essa perda. Só nos resta honrar os ensinamentos e as lições de dignidade desse guerreiro pelo esporte limpo.