RENATO RIELLA
Daqui deste espaço faço uma consultoria gratuita ao deputado Reguffe. E tem de ser gratuita mesmo, pois ele se recusa a pagar por qualquer serviço eleitoral ou político, na sua política de “gasto zero” – por isso, quase sempre fica sem assessoria nem nada, perdido.
Perdido ele está quando aparece numa ótima foto nos jornais, ao lado de Rodrigo Rollemberg, e logo depois é desautorizado pelo seu partido, o PDT.
Reguffe faz muita bobagem na política. Quando Reguffe abre mão de assessoria normal, legal, justa e necessária, no seu gabinete da Câmara Federal, ele está sendo desleal com 512 outros deputados que mantêm uma estrutura de assessoria indispensável, aprovada institucionalmente.
Reguffe, não! Para mostrar que é honesto, passa a ser ausente, na medida que fica a pé. Comparo ele com um jogador de bola que decide entrar em campo na Copa do Mundo sem chuteiras, nem meião, nem proteção de canela, rebelando-se contra os gastos com esse tipo de material produzido por Nike, Adidas e outros.
Como jogar sem o equipamento básico do futebol? Como exercer um mandato de deputado sem a estrutura básica de um gabinete?
Reguffe deve cortar verbas extras, 15º salário, diárias de viagens, mordomias gerais (até o cafezinho), mas não pode dispensar assessoria nas comissões técnicas, assessoria de imprensa, assessores para representá-lo em eventos públicos, secretárias diversas para atender gente de Brasília que vai sempre aos gabinetes, etc, etc.
Na política, ninguém vive sozinho. E ninguém pensa sozinho.
Dito tudo isso, faço apelo de irmão mais velho (idade de quase pai) a Reguffe para que dispute a eleição de deputado federal, devendo reeleger-se facilmente. Explico porque deve fazer isso.
1. Brasília não pode perder um político expressivo e correto como Reguffe. Ele ameaça não disputar a eleição, mas está errado.
2. O PDT não aceitará Reguffe como candidato a governador nem a senador, pois sabe que ele, em 2015, pula para o partido Rede, da ex-senadora Marina Silva.
3. No entanto, tenho certeza que o PDT aceita Reguffe como candidato a deputado federal.
4. Se Reguffe for eleito deputado federal, pode assegurar cerca de 400 mil votos, o que garante a eleição dele mesmo e de mais um pedetista. É ótimo negócio para o partido.
5. Com mais dois federais eleitos, o PDT consegue cargos melhores na composição da Mesa da Câmara em 2015. O partido, com dois federais a mais, ganha mais verbas do Fundo Partidário e aumenta o seu tempo gratuito de televisão.
6. Depois de algum tempo, se Reguffe quiser ser um deputado do partido Rede, o PDT reconhecerá que o político brasiliense foi leal.
7. Não dá para Reguffe ficar sem mandato. Eleito federal, ele poderá trabalhar na formação do partido Rede em Brasília e terá pelo menos três anos para organizar sua campanha de candidato a governador em 2018.