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jan 29 2020

A IMPRENSA E AS EPIDEMIAS ESQUECIDAS NO BRASIL

LAUDELINO JOSÉ SARDÁ

A TV Globo, principalmente, destaca todos os dias em seus telejornais a ameaça do coronavírus, que matou 106 pessoas, até hoje, e afetou mais de 1.4 mil pessoas no mundo inteiro.

Há um ditado popular que serve para todas as interpretações: “Santo de casa não faz milagre”. E é a pura verdade!

A Dengue, só aqui em nosso País, apenas em 2019, matou mais de 420 pessoas e infectou cerca de 1,4 milhões de brasileiros. E continua sendo uma séria ameaça. Contudo, não tem merecido sequer espaço normal e comum em nossa imprensa. Ou será porque dengue dificilmente mata uma pessoa de posse financeira?

A imprensa brasileira, a propósito, só fala de pobre quando há choque com a polícia. O retrato social que coloca o Brasil na linha da pobreza mundial não alcança importância junto à mídia tradicional.

Você já ouviu na tevê ou no rádio e ou leu em jornal e revista reportagem sobre a degradação social em bolsões de pobreza?

Jornalista só vai à favela quando a polícia está no pé do morro caçando bandido. Só este ano, quatro crianças foram alvejadas por balas perdidas no Rio de Janeiro e, por acaso, você viu algum veículo descrever a realidade social e a vulnerabilidade de famílias na maior concentração de favela urbana da América do Sul?

Todas as noites, a Globo abre o seu jornal Nacional com repórteres falando diretamente da China, Europa e dos EUA para abordar a grande ameaça do coronavírus.

Organizações de saúde estão advertindo o Brasil do risco de a gripe e a dengue causarem epidemias históricas este ano em nosso país. O hilariante é que a Globo adverte que o coronavírus é uma grande ameaça aos brasileiros. A única suspeita de contaminação até agora, em Minas Gerais, ainda carece de comprovação de exames.

Parece que a imprensa brasileira esconde a pobreza brasileira, destacando a violência como produto do tráfico, apenas.

Colômbia, há pouco mais de 10 anos, estava em situação análoga à do Afeganistão. Renasceu com a valorização do SER. Nos últimos cinco anos, esse país, que era dominado pelo tráfego e pobreza, investiu 86 bilhões de dólares em obras de infraestrutura, humanizando cidades, como Medellín, que está entre as cidades de maior atração turística do mundo.

A nossa imprensa não enxerga o nosso Brasil e, por isso, é incapaz de cobrar e exigir soluções do poder político institucional.

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