A proposta de uma parceria aberta entre a Boeing e a Embraer é um projeto antigo da fabricante aeronáutica norte-americana, cujo “”lobby”, no Brasil, vem tendo sucessivas derrotas, a última das quais a preterição de seu modelo militar na competição da Aeronáutica para aquisição de caças supersônicos. Perdeu para os suecos.
A Boeing não se desesperou. Partiu para uma nova ofensiva, agora em cima da Embraer, tentando adquiri-la sob o manto de uma parceria dinâmica que interessaria às duas.
A Embraer, na verdade, desenvolveu tecnologia própria para fabricar aviões de porte médio hoje com larga confiabilidade mundial – com exemplo na China – e não precisa dos conhecimentos da Boeing, porque não é de seu plano estratégico entrar no domínio dos jatões comerciais.
Restaram no mundo somente quatro grandes indústrias aeronáuticas: Boeing, Bombardier (Canadá) Airbus (Consórcio da Europa) e Embraer.
A canadense e a européia estabeleceram acordo operacional.
Sobraram a norte-americana e a brasileira, mas a nossa não planeja entrar no âmbito militar, nem alimenta planos de mudar de escala para fabricar aviões de porta gigantesco.
O governo brasileiro – que detém a “golden share” na Embraer – deve se acautelar com os cantos de sereia vindos de Seattle e extrair todas as vantagens possíveis e imaginárias desse portentoso “lobby” da Boeing no Brasil, que também se estende para controlar nossa base de lançamento de foguetes em Alcântara, Maranhão.