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maio 24 2019

A VERSÃO DE CECILINHA PARA A HISTÓRIA DO ALADIM

Fui buscar Cecilinha (11) na aula de Inglês. Como vocês sabem, ela é minha personagem predileta.

No caminho, para me mostrar um avô atualizado, perguntei se ia ver o filme Aladim, que será o grande sucesso deste semestre. Disse que não tinha muita vontade, não.

Fiquei assustado. Por que?

—Ora, vô, se fosse comigo seria tudo diferente.

—Diferente, como?

—Em vez de falar três coisas para o Gênio da Lâmpada, falaria apenas uma. O meu pedido seria o seguinte: “Gênio, eu quero poder ter mil desejos atendidos, em vez de somente três”.

—Epa! Será que ele aceitaria?

—Claro! Ele disse que eu poderia fazer qualquer pedido! Não disse?

Fiquei tonto. Em cerca de 500 anos, ninguém fez este raciocínio inverso sobre a história do Aladim e a Lâmpada Maravilhosa, registrada na série Das Mil e Uma Noites.

É melhor falar sobre coisas mais amenas com esta menina: “Como vai você na escola?”

Se bem que este assunto é perigoso. Há algum tempo, perguntei a Cecilinha se era a melhor aluna da turma. Ela respondeu, rindo, com uma pergunta:

-Pra quê?

“Navegar é preciso, viver não é preciso”.

Um dia desses vou pedir pra minha neta interpretar junto comigo esta frase camoniana, que me intriga há anos. Ela saberá. Certamente saberá, de forma inacreditável.

(RENATO RIELLA)

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