A atendente de uma pizzaria em um shopping do Distrito Federal procurou a delegacia, ontem (11), para registrar uma queixa de racismo contra o advogado Frederick Wassef. Ele é ex-defensor da família do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
A funcionária afirma que foi chamada de “macaca” após Wassef reclamar que a pizza “não estava boa”.
O caso teria ocorrido no domingo (8), no Setor de Clubes Sul, e foi registrado na 1ª Delegacia de Polícia, na Asa Sul, como injúria racial. A denúncia foi revelada pela revista Veja e confirmada por outros órgãos de imprensa.
De acordo com a Polícia Civil, a vítima, que não teve a identidade revelada, contou aos investigadores que o advogado perguntou se a mulher teria comido a pizza e ela respondeu que não.
Com a negativa, de acordo com o boletim de ocorrência, Wassef teria dito em voz alta:”Você é uma macaca! Você come o que te derem”.
Aos policiais, a vítima informou ainda que o suspeito é cliente frequente do estabelecimento e que é conhecido por “se tratar de uma pessoa arrogante e que destrata e ofende os funcionários“. A mulher contou que já teria sido “constrangida” e “muito humilhada” por Wassef em outras ocasiões.
Como a vítima compareceu à delegacia na noite de ontem, a apuração policial ainda está em fase inicial e, a partir de hoje, os agentes devem começar os interrogatórios.
Por meio de nota, o advogado do grupo Pizza Hut, Bernardo Fenelon, informou que acompanhou a vítima no momento do registro da ocorrência policial. De acordo com ele, “os fatos são inaceitáveis” e que a cliente “espera que a justiça seja feita”. Além disso, o defensor ressaltou que não dará mais detalhes sobre o caso.
De acordo com a legislação brasileira, o crime de racismo é aplicado quando a ofensa discriminatória é contra um grupo ou coletividade. Por exemplo, impedir que negros tenham acesso a estabelecimento comercial privado.
Já com base no Código Penal, injúria racial se refere a ofensa à dignidade ou decoro, utilizando palavra depreciativa referente a raça e cor com a intenção de ofender a honra da vítima.
Com inormações de G1