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abr 25 2018

Agnelo, Arruda, Tadeu Filipelli e mais 10 viram réus por corrupção no Mané Garrincha

Os ex-governadores do DF Agnelo Queiroz e Jose Roberto Arruda, e o ex-vice-governador Tadeu Filippelli, investigados pela PF sobre construção do estádio Mané Garrincha (Foto: Beto Oliveira/Câmara dos deputados/Arquivo; Marcelo Camargo/Agência Brasil/Arquivo; Elton Bomfim/Câmara dos Deputados/Arquivo)

A Justiça Federal recebeu denúncia do Ministério Público Federal e tornou réus 12 suspeitos de envolvimento com esquemas de corrupção durante a reforma do estádio Mané Garrincha, em Brasília. A lista inclui os ex-governadores do Distrito Federal Agnelo Queiroz (PT) e José Roberto Arruda (PR), e o ex-vice-governador Tadeu Filipelli (MDB).

O caso é investigado pela Polícia Federal e pelo MP na operação Panatenaico, deflagrada em maio de 2017. O grupo foi denunciado formalmente no início deste mês pelos crimes de organização criminosa, corrupção passiva, corrupção ativa, lavagem de dinheiro e fraude à licitação.

A decisão de tornar os 12 citados réus no processo é assinada pela juíza Pollyana Kelly Alves, da 12ª Vara Federal – a análise foi desmembrada em três ações penais.

Todos os 12 citados foram denunciados por associação criminosa. Nove vão responder, também, por corrupção passiva e lavagem de dinheiro. Outros dois, por corrupção ativa e lavagem de dinheiro. Quatro viraram réus, ainda, por fraude à licitação.

Confira quem são os 12 réus nas ações penais por corrupção ligadas ao Mané Garrincha:

  • Agnelo Queiroz (PT), ex-ministro do Esporte e governador do Distrito Federal entre 2011 e 2014
  • José Roberto Arruda (PR), governador do Distrito Federal entre 2007 e 2010. Foi preso preventivamente durante o mandato, por suposto envolvimento em suborno a jornalista e teve o mandato cassado por infidelidade partidária.
  • Nelson Tadeu Filippelli (MDB), ex-vice-governador na gestão Agnelo. Por oito meses, trabalhou como assessor especial do presidente Michel Temer. Após a prisão, em maio de 2017, ele foi exonerado do cargo.
  • Nilson Martorelli, ex-presidente da Novacap. Responsável pela execução das obras públicas no DF, foi a Novacap que assinou e monitorou todos os contratos com empreiteiras para a construção do estádio.
  • Maruska Lima Holanda, ex-diretora de Obras Especiais da Novacap. Funcionária de carreira da empresa desde 1998, ela coordenou a construção do Mané Garrincha como representante do governo.
  • Jorge Luiz Salomão, empresário do ramo de construção no DF. É citado pelo MPF como um dos “operadores ou representantes para arrecadar sistematicamente o dinheiro das construtoras”, no suposto esquema de propina.
  • Sérgio Lúcio Silva de Andrade, empresário do DF. É citado pelo MPF como um dos “operadores ou representantes para arrecadar sistematicamente o dinheiro das construtoras”, no suposto esquema de propina.
  • Fernando Márcio Queiroz, dono da Via Engenharia. A empresa do DF fazia parte do consórcio que construiu o Mané Garrincha, junto com a empreiteira Andrade Gutierrez.
  • Afrânio Roberto de Souza Filho, ex-secretário de Desenvolvimento Econômico do Distrito Federal. Na ação do MPF, ele é citado como “operador financeiro” de Tadeu Filippelli, “conforme o acordo de leniência entre o MPF e a Andrade Gutierrez”.
  • Luiz Carlos Alcoforado, empresário e advogado de Agnelo Queiroz durante o mandato como governador do DF, entre 2011 e 2014.
  • José Wellington Medeiros, advogado do ex-governador José Roberto Arruda.
  • Alberto Nolli Teixeira, executivo da Via Engenharia.

    A defesa de Arruda negou o envolvimento dele no esquema. Segundo os advogados, a licitação para a construção do Mané Garrincha só foi feita cinco meses após Arruda deixar o Palácio do Buriti.

    A  Tadeu Filippelli informou que não teve acesso à denúncia até esta quarta, e aguarda os documentos para se manifestar.

    O advogado de Agnelo afirmou que o político “apresentará sua defesa, confiante que restará comprovada sua inocência”.

    No início do mês, os advogados de Maruska Holanda, Wellington Medeiros, Sérgio Lúcio, Luiz Carlos Alcoforado, Afrânio Roberto e Nilson Martorelli também não quiseram comentar o caso antes de ler a denúncia.

    As empresas Andrade Gutierrez e Via Engenharia afirmam que “apoiam as iniciativas de combate à corrupção”, e que incorporaram diferentes iniciativas para “garantir lisura e transparência em suas relações comerciais”.

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