RENATO RIELLA
O governador Agnelo Queiroz, de volta hoje ao batente depois de viagem à Europa, divulgou nota na qual informa que desistiu de contratar por licitação o serviço de táxi aéreo, tão criticado pela imprensa nas últimas horas.
A nota diz que o Governo do Distrito Federal “manterá gestões junto ao Departamento de Polícia Federal para obter a doação em sistema de comodato de uma aeronave turbo-hélice modelo King Air, que será destinada à captação de órgãos para transplante”.
Foi de extrema infelicidade o lançamento dessa licitação num momento em que se discute, por exemplo, o uso de helicóptero oficial em Santa Catarina pela ministra poderosa Ideli Salvatti, que por isso responderá a processo no Conselho de Ética do Governo Federal.
Diversos outros governantes, entre os quais o do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, tiveram a imagem destroçada pela utilização de aeronaves, sendo flagrados em situações constrangedoras.
Alugar avião bimotor para viagem de governador pode ser normal, atitude legalizada por licitação, mas no momento é iniciativa destruidora de imagem. Se fosse concretizada essa negociação, passaria a ser fator de protesto nas manifestações de rua.
As autoridades brasileiras não perceberam ainda que estamos num momento em que o povo exige mais do que austeridade, sacrifício, da parte de cada governante. Porém, nenhum deles – nem mesmo a presidente Dilma – acordou para essa realidade perigosa.
