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set 25 2017

ALEMANHA VIVERÁ MOMENTOS DIFÍCEIS COM ESTA QUARTA ELEIÇÃO DE ANGELA MERKEL

A vitória de Angela Merkel nas eleições legislativas de domingo (24), na Alemanha, não deve ser muito comemorada. Esta é a análise do professor de Negociação e Resolução de Conflitos da Fundação Getulio Vargas, Yann Duzert,

Segundo ele, a chanceler alemã terá uma missão complexa, em um cenário político fragmentado pelo avanço da extrema-direita e pelas concessões que terá que realizar para conseguir o apoio do Partido Democrático Liberal (FPD, sigla em alemão).

“O partido conservador de Merkel, o União da Democracia Cristã, e seu partido-irmão na região da Baviera, o União Social-Cristã, encolheram. O resultado é seu pior desempenho em quase 70 anos. Ela vai ter que fazer diversas concessões para uma coligação com o Partido Liberal (FDP) e com os Verdes. Além disso, terá uma oposição ferrenha da extrema-direita, devido ao crescimento da legenda nacionalista e anti-imigração Alternativa para a Alemanha (AfD)”, analisa Yann Duzert.

O professor da FGV diz que o apoio do FPD vai custar caro para Merkel. Segundo ele, vai deixá-la de mãos atadas. “Merkel terá de lidar com o fato dos seus parceiros estarem em campos opostos do espectro político, discordando em temas como impostos, energia, União Europeia e migrantes”, ressalta o especialista.

Yann Duzert alerta ainda para o avanço da extrema-direita na Alemanha. O professor diz que é um choque para toda a Europa, mas que o governo vai ter aprender a lidar com barulho. “O AfD vai desafiar os planos de recuperação econômica na Zona do Euro e rejeitar os argumentos da União Europeia (UE) para manter a moeda”, diz.

Imigração – Duzert lembra também que a vitória para a legenda anti-imigração é considerada uma resposta dos setores que não aprovaram a decisão da chanceler de receber mais de 1,3 milhão de refugiados.

“Em um momento em que a Europa está diante de desafios sem precedentes ligados à imigração, ao terrorismo e ao desemprego, a presença do partido nacional-populista Alternativa para a Alemanha (AfD) como terceira força no Bundestag exercerá influência profunda sobre as políticas de todo o continente”, lamenta o professor da FGV.

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