RENATO RIELLA
Minha terra tem palmeiras, onde canta o sabiá, as aves que aqui gorjeiam, não gorjeiam como lá.
Este talvez seja o mais famoso verso da poesia brasileira, na “Canção do Exílio”, de Gonçalves Dias.
Tudo bem, Sr. Sabiá, mas não precisa gorjear na minha janela às cinco horas da madrugada.
Esses carinhas alados costumavam desembarcar em Brasília no mês de setembro. Este ano chegaram em julho!
É uma musiquinha de dez ou doze acordes, de elevada penetração auditiva, que o bichinho repete milhares de vezes, sem cansar. Às cinco da matina…
Sinto muito, mestre Gonçalves Dias, mas você deve ter conhecido outro sabiá. Este, daqui de casa, dou de graça e ainda passo um troco.