RENATO RIELLA
Em política, é preciso ter sorte – e isso está faltando à presidente Dilma Rousseff neste ano eleitoral. É assim que se pode interpretar politicamente o apagão que, na tarde de ontem, deixou sem energia quase seis milhões de pessoas, em 11 estados das regiões Sul, Sudeste, Centro-Oeste e Norte do país.
O problema teve origem em curtos-circuitos em 2 das 3 linhas de transmissão entre Miracema (TO) e Serra da Mesa (GO), segundo Hermes Chipp, presidente do Operador Nacional do Sistema.
Mas quase todo mundo atribui as crises no fornecimento de energia à falta de chuvas, justamente num ano em que a presidente Dilma esperava ter tempo bom.
Segundo o governo, com a queda das duas linhas, a terceira ficou sobrecarregada e caiu também. Foi cortado o equivalente a 7% da carga total das áreas afetadas.
Nenhuma explicação técnica impede que a imprensa chame o fenômeno de apagão, o que prejudica a candidatura de qualquer presidenta.
Imediatamente vem a comparação com a Argentina, país em que os apagões estão deixando a presidente Cristina Kirschner em péssima situação.