«

»

abr 18 2015

ARTIGO: UM DESABAFO DE SÁBADO À TARDE

SYLVIO GUEDES

Eu fico com a seguinte dúvida: será que algum petista (ou simpatizante) realmente sério pode achar normal que lideranças expressivas do partido – ex-ministros, ex-chefes de Casa Civil – possam, de uma hora para a outra, se transformar em megaconsultores, capazes de faturar milhões de reais, por vezes sem nota fiscal ou contrato formal, ou sem (como afirma o MP) a própria prestação do serviço?

Ainda que isso seja admissível, não será que esta “consultoria” nada mais seria que tráfico de influência, de gente que “estava” no poder até outro dia, mas deixou seus amigos e indicados por lá?

É lícito, legal ou ético (três coisas diversas) José Dirceu e Antonio Palocci usarem a capacidade de ligar para o celular da Dilma como forma de enriquecerem, faturando junto aos maiores grupos econômicos do país?

E, uma última pergunta, talvez a mais incômoda: será que um cara que fatura 12 milhões em menos de meio ano não deveria pedir desfiliação do Partido dos Trabalhadores?
Palocci foi um competente ministro da Fazenda (para os padrões de administração petista, basta ver as cagadas que fez o seu sucessor). Será que foi por isso que ele meteu a mão na grana?

Até outro dia, o cara vivia do salário de médico, depois de deputado federal (é alto, mas é salário)… Não faz nem 15 anos… Aí virou ministro, ficou poderoso, usou este poder para invadir a conta bancária de um coitado que era jardineiro na mansão dele e, como prêmio por seu comportamento exemplar, foi ser coordenador da campanha de Dilma.

Zé Dirceu, o chefe da quadrilha condenado, mesmo depois de cassado nunca parou de mandar no governo.

Ele recebia, no Hotel Naoum Plaza, deputados, senadores, ministros e os seus convivas favoritos, os grandes capitalistas do país, para fazer negócios. Tá tudo comprovado.

E, cereja do bolo, nosso trabalhador e ídolo da esquerda aparece nas investigaçóes da Lava-Jato (que surpresa!!!) com mais dezenas de milhões. No mínimo, ele poderia ter poupado seus crédulos defensores do vexame de participarem de uma vaquinha para pagar a multa (aliás, irrisória diante do dano) arbitrada pela Justiça por seus crimes.

E o grande Zé Dirceu (o ex-guerrilheiro que venceu na vida, um selfmade man legítimo) aguarda, ansiosamente, a autorização da Justiça para poder viajar. Afinal, ninguém é de ferro…

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Você pode usar estas tags e atributos HTML: <a href="" title=""> <abbr title=""> <acronym title=""> <b> <blockquote cite=""> <cite> <code> <del datetime=""> <em> <i> <q cite=""> <s> <strike> <strong>

*