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abr 21 2020

BRASÍLIA VAZIA…PARECE IMAGEM DO TITANIC NO FUNDO DO MAR

RENATO RIELLA

Fica difícil falar de Brasília sem o Parque da Cidade.

Aplaudo os 60 anos (oba!), mas sinto muita saudade de cruzar por aí com os azulejos imortais do Athos Bulcão.

Costumava andar seis quilômetros, da Vila Planalto até o Palácio da Alvorada, onde parava alguns segundos para vibrar com as colunas desenhadas por Niemeyer. Suspendi…tenho medo do vírus voador.

Meu sonho é fazer um álbum fotográfico com 100 imagens surpreendentes da Catedral, por todos os ângulos. Um dia, quem sabe…

Tesourinhas, Eixão, Rodoviária, CLSs e CLNs vazias dão sensação de cidade coberta pelas águas. Parece ver aquelas imagens do Titanic debaixo do mar.

Resta o céu. Este ninguém nos tira.

De manhã cedo e de tardinha, olho para o horizonte e sobrevivo.

Brasília é a minha memória para o resto da vida.

Passaporte para o mundo.

Aprendi uma coisa quando cheguei aqui há quase 50 anos…

Naquela época, a gente chegava sem família. E todos virávamos irmãos. Isso mudou: hoje 55% da população já nasceu no DF.

Nas festas, nas dores, na passagem de ano, nos fins de semana e nas horas vagas, minhas emoções eram divididas com gaúchos, paraenses, cariocas, mineiros, goianos, pernambucanos…logo eu, que tenho um DNA fortíssimo de baiano, com meu sotaque de sempre.

E aí me fiz. E assim me reconstruí.

Tenho Brasília no sangue para sempre.

Obrigado a quem convive e conviveu comigo, com muito amor. Vocês nem perceberam, mas me salvaram muitas vezes – fraco que sou longe da Bahia.

Neste aniversário, corto um bolo espiritual para Lúcio Costa, meu ídolo. Deus recompense este gênio para sempre.

 

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