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jan 26 2019

BRUMADINHO: PAÍS DAS ARAPUCAS SOCIAIS

LAUDELINO JOSÉ SARDÁ

O presidente da Vale, a concessionária da barragem de Brumadinho, que soterrou mais de 350 pessoas – 10 corpos já resgatados – quase chorou, dizendo que “foi terrível”.

Com certeza, ele vai sensibilizar novamente a Justiça, que há três anos está analisando se há responsáveis pelo rompimento da barragem de Mariana, que matou 19 pessoas e mudou a vida de 500 mil habitantes, além de contaminar rios e destruir áreas de produção.

A tragédia de Mariana, que comoveu esta e tantas outras nações, foi insuficiente para sensibilizar o governo brasileiro, que, em um ato cego, deu à Vale o direito de aumentar a produção da barragem de Brumadinho em 88% até 2034, sem, contudo, fiscalizar.

Peritos anunciam que já haviam alertado as autoridades; o presidente Bolsonaro só lamenta; o ex-presidente Temer deve estar “rezando” pelas vítimas.

O presidente Bolsonaro cumpre o seu papel, reunindo-se com pessoal em MG. Vamos aguardar os resultados. Contudo, os ministros deveriam desde ontem estar nas linhas de frente das ações.

Mas isso seria anormal, porque há mais de um século nossos palácios estão contaminados de impunidade e o Brasil administrado pelos ranços palacianos, de almofadinhas egocêntricos sedentos por resultados políticos de carreira. Eles só tem preparado arapucas sociais.

Por acaso, alguns dos quase 600 senadores e deputados federais já se pronunciaram ou estão pensando em mudanças nas leis das concessões públicas? NÃO!

O Jornal Hoje, com uma boa cobertura, revelou que mais de dois projetos sobre barragens estão emperrados no Senado e Câmara Federal.

Logo, logo, toda essa tragédia será deletada e as milhares de pessoas terão de enfrentar o mesmo calvário da burocracia estúpida e da Justiça falida.

Até hoje, não foram dadas respostas convincentes às famílias atingidas pela tragédia de Mariana.
Por acaso, há outra barragem no país também ameaçando? Por favor, avise ao governo e à Justiça. Quem sabe os almofadinhas se sensibilizem e parem de falsear soluções.

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