Os chilenos começaram,hoje (19), a ir às urnas para o segundo turno de uma eleição presidencial decisiva para mudar o rumo do futuro do país entre dois projetos antagônicos: o do advogado de extrema direita José Antonio Kast e o do deputado de esquerda Gabriel Boric.
Mais de 15 milhões de chilenos são esperados para votar, até às 18h (horário de Brasília). O voto não é obrigatório no país. No primeiro turno, em 21 de novembro, o abstencionismo foi alto, passando de 50%.
Neste segundo turno, o vencedor do dia sucederá o conservador Sebastián Piñera em 11 de março de 2022. Ele foi o primeiro a votar em uma escola do bairro Las Condes, em Santiago. “É muito importante a participação de todos. Hoje a voz dos candidatos está desligada e a voz do povo é ouvida”, disse o presidente.
Os primeiros resultados das votações de chilenos na Austrália, Nova Zelândia, Coréia e Japão deram uma retumbante vitória a Boric, segundo registros consulares divulgados no Chile.
Candidato ao Partido Republicano, Kast se oferece para manter o modelo neoliberal imposto pela ditadura de Augusto Pinochet (1973-1990), que deu estabilidade social e econômica ao Chile, mas que há dois anos foi fortemente questionado nas ruas, em protestos massivos – alguns muito violento – exigindo maior igualdade e direitos sociais.
Boric, da aliança Aprovar Dignidade, que reúne a Frente Ampla e o Partido Comunista, mas que no segundo turno contou com o apoio de toda a centro-esquerda, propõe caminhar para um Estado de bem-estar, com uma série de direitos básicos garantidos.
A última pesquisa online da consultoria brasileira AtlasIntel, que consultou 4.062 pessoas entre 17 e 18 de dezembro e tem margem de erro de 1%, posiciona Boric com 49,4% dos votos contra 47,4% de Kast.