RENATO RIELLA
No período perto do dia 15 de junho, quando haverá em Brasília o jogo Brasil x Japão, pela Copa das Confederações, estarão muitos milhares de turistas na nossa cidade. Aproveito para falar de um público que conheço bem: os jornalistas.
São esperados cerca de cinco mil seres representantes dessa raça complicada de onde me origino, a comunicação. São editores, repórteres, fotógrafos, iluminadores, técnicos de som, produtores, comentaristas esnobes e toda variação de gente, todos com a credencial de Press e muita pressa, arrogância, agitação, destemor e vontade de se divertir de qualquer modo, nas horas vagas.
Fiz coberturas de grandes viagens ao exterior e ao Brasil, em companhia de jornalistas experientes. Numa viagem presidencial, na década de 80, fui ao Japão e me entusiarmei com algumas coisas que vi em solenidades, aplaudindo com força. Autimaticamente, recebi uma cotovelada de cada lado das costelas e o berro no ouvido: “Porra, jornalista não bate palma!”
Jornalista é assim mesmo. O mundo pode estar se derretendo de emoção, mas a gente permanece impassível, com olhar fixo no sangue ou nas lágrimas dos outros, papel e caneta na mão (ou gravador), esperando os desfechos. Se bater palma, tome cotovelada na costela para deixar de ser babaca!
É esse tipo de gente que vai chegar aos montes a Brasília, com o agravante de serem todos jornalistas esportivos. São esperados mais de cinco mil exemplares desses indivíduos ruidosos, portadores de tênis caríssimos e muita vontade de conhecer a cidade à noite, a qualquer custo.
Assim, não me assusto se tiverem problemas nas madrugadas do Conic ou do Setor Comercial Sul, ou mesmo no escurinho do lado de fora do Beirute.
Espero que o governador Agnelo Queiroz mande reforçar muito o policiamento nas áreas mais tipo “inferninho” da cidade. Caso contrário, o índice de sequestros relâmpagos vai crescer muito no meio de junho.
E haja confusão.