GIL RIELLA
Como é ruim viver no Brasil do PT!
Eu sou professor da Universidade de Brasília desde 2009, mas entrei no serviço público federal no ano 2000. Portanto, teoricamente, eu tenho direito à aposentadoria integral.
Ao mesmo tempo em que isto é uma coisa boa, é também uma prisão. Eu ainda pretendo trabalhar por muito tempo e não considero que tenha compromisso algum de ter que permanecer trabalhando para o governo brasileiro para sempre.
Pelo contrário, eu gostaria de ter liberdade para fazer o que me der vontade no futuro. Mas, como eu disse, a cada ano que passa o meu custo de oportunidades vai aumentando. Se eu deixar o serviço público federal, perco toda a contribuição que fiz para a minha aposentadoria integral durante todos esses anos.
Dada esta minha preferência por flexibilidade no futuro, aparentemente, tive uma oportunidade de ouro recentemente.
Com a criação do novo regime de previdência complementar, os servidores tinham a opção de solicitar a mudança para o novo regime. No papel, era um negócio fantástico.
A contribuição que você fez durante o período de aposentadoria integral ficaria guardada e, quando você se aposentasse, ela geraria um benefício/diferido especial proporcional ao tempo que você contribuiu para a aposentadoria integral.
No novo regime, você contribuiria para um fundo de previdência e, até um valor equivalente a 8,5% do seu salário, o governo contribuiria com a mesma quantia que você.
E, o melhor de tudo: se você resolvesse abandonar o serviço público, poderia transferir todas as suas reservas para um fundo de previdência privada.
Como eu disse, no papel seria uma solução perfeita para alguém que gostaria de ter a liberdade de escolher opções diferentes no futuro.
Porém, quem seria maluco de voluntariamente colocar o seu dinheiro em um fundo de previdência governamental, em tempos de PT? Eu não fui e tenho certeza de que mesmo os petistas mais ferrenhos não seriam.
Resultado: Estou praticamente preso ao serviço público federal para sempre. Como é ruim viver no Brasil do PT!