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jan 01 2018

Depoimento histórico: O PMDB JAMAIS TERÁ A IMPORTÂNCIA DO MDB

HELIOHELIO FERNANDES

 


A divergência e a ambição dos generais criou uma ditadura inédita e surpreendente.

Castelo Branco, que não fazia parte do golpe, tomou a frente das negociações. Conseguiu enganar muitos civis, incluindo Juscelino.

Durante uma semana, na casa do deputado Joaquim Ramos (irmão do Nereu), negociou a sua posse como “presidente”.

Apoiado pelo embaixador Negrão de Lima, teve entendimentos com Amaral Peixoto(PSD), Doutel de Andrade (PTB) e, finalmente, com o próprio ex-presidente JK.

Disse a ele: “Quero salvar a democracia, e só conseguirei tomando posse perante o Congresso”. JK, perplexo, não sabia o que responder.

No segundo encontro, JK levou José Maria Alckmin, seu ministro da Fazenda. Castelo imediatamente cumprimentou-o e disse: “Ele será o meu vice-presidente, e o senhor em 1965, candidato invencivel”.

Tudo acertado, Castelo Branco foi ELEITO pelo Congresso em 9 de abril de 1964.

Mas Castelo queria um mandato inteiro. Então, não fechou o Congresso.

Como “Presidente”, tratou logo da prorrogação até 1967, para desespero de Costa e Silva, conspirador principal, tido e havido como candidato único.

 

COSTA E SILVA FECHOU O CONGRESSO

Costa e Silva só chegou ao poder em março de 1967. Fechou o Congresso e extinguiu os partidos. Permitiu a formação de: Arena, para manter o governo; MDB, supostamente de oposição, se entregou logo, com exceção de um grupo de resistência no Rio, e outro sensacional em Brasília, os “deputados autênticos”.

Nos dois estados, fomos todos cassados e triturados. Em SP, fizeram acordo com o doutor Ulisses. Ele não seria cassado nem censurado. Poderia se opor dentro de certos limites. Só não poderia ser candidato a governador, mesmo a eleição sendo indireta.

No Rio, tivemos que aceitar a “eleição” de Chagas Freitas, em 1970 e 1978. Roubando a legenda do MDB.

Em 1974, satisfeitos com a complacência do doutor Ulisses, concordaram com a “anti-candidatura”: ele e Barbosa Lima sobrinho. Apenas figuração.

Mas esqueceram que havia eleição para 22 senadores, um por estado. Surpreendentemente, o MDB elegeu 16 senadores; quatro  anos depois seriam eleitos 44 senadores.

Costa e Silva já morrera; o “presidente” era Geisel, que por precaução mudou o esquema: um senador pelo voto direto, outro “nomeado” pelo Planalto. Mantiveram a maioria.

Mas a ditadura, corrupta e incompetente, estava no fim. Implantaram a “anistia ampla, geral e irrestrita”, para que os generais pudessem ficar livres e morrer em casa.

(Ao contrário do que aconteceu na Argentina, com o carrasco general Videla, e o outro grande torturador, almirante Massera. Ficaram presos 12 anos. Morreram numa cela de 4 por 4).

 

COM FIGUEIREDO, VÁRIOS PARTIDOS DE P

O general Figueiredo permitiu a formação de vários partidos, obrigados a começar por um P. Surgiu então o PMDB, vergonhoso, já tão carcomido quanto hoje.

Na primeira eleição direta depois da ditadura, o PMDB lançou candidato a presidente. Foi o doutor Ulisses, que teve 5% dos votos. De 1989 até agora, nunca mais disputou eleição presidencial. Preferiu ser coadjuvante e subserviente.

PS- Convencidos de que o PMDB não tem a menor popularidade, e é enroladíssimo com a Lava-Jato, resolveu-se mudar de nome.

PS2- Jamais abandonaram a inveja pelo MDB; ei-los usurpando a sigla heroica.

PS3- Elegerão (perdão, reelegerão)alguns senadores, são duas vagas. Mas precisam fazer uma reforma total e completa nos seus quadros.

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