Cano, o líder em gols do mundo, é um fenômeno inexplicável.
Creio que entendo de futebol (esta mania me domina há décadas), mas não entendo o que acontece com este argentino descoberto pelo Fluminense.
Meio velhinho – já tem 35 anos.
Mas, em 2023, ele passa o craque europeu Haaland e reassume a artilharia do mundo. Está empatado com o belga Hugo Cuypers, atacante do Gent-BEL, ambos com 31 gols na temporada.
Incrível é perceber que Cano não é alto nem forte como Pedro – mas faz gols de cabeça.
Não dribla como Garrincha…nem mesmo como Neymar ou Messi – ou Maradona.
Nem chuta forte como Huck.
Vini, Dudu e Roni são muito mais velozes do que ele.
Cano não mata no peito, nem pula mais do que o goleiro, nem dá chapéu em beque dentro da área…como Pelé.
Não cabeceia lá em cima, como o zagueiro Gomes do Palmeiras.
Não tem o impulso do Bruno Henrique.
Nem faz tabelinha como Coutinho, o parceiro de Pelé.
Nunca chuta de forma sofisticada, como Rafael Veiga.
Nem tem a forma física do europeu Haaland, muito mais novo, ou mesmo de Cristiano Ronaldo.
Não bate pênalti como Gabigol – o que amplia os números da artilharia.
Muito menos bate falta como Roberto Carlos.
Qual o segredo de Cano, atacante que marca gols e gols com apenas um toque?
Tenho uma teoria: a bola manda mensagem espiritual dizendo a ele onde vai passar. E Cano atende à ordem.
Coloca-se no local exato e só empurra a pelota pra dentro.
Depois sai fazendo aquele ELE do bem – em homenagem ao filho Lorenzo.
Cano é um craque sem craqueza. Só sabe fazer gol!
É pouco?
(RENATO RIELLA)