RENATO RIELLA
Ficam perguntando em quem eu vou votar. De forma até insolente me questionam. Digo que, em campanha eleitoral, só me decido quando não houver risco de cair mais nenhum avião.
Originalmente, sou mesmo um repórter de polícia. Como editor, quando um repórter chegava de alguma cobertura, minha primeira pergunta era: “Quantos morreram?”
Assisto Fórmula 1 torcendo por aquele acidente na curva assassina. No futebol, com exceção do Bahia (do coração infantil), torço pela porrada.
Vibrei com a contusão do Neymar. Nunca tinha visto algo igual numa Copa. Sou tarado pelo inusitado.
Assim, vou decidir meu voto nos últimos minutos, quando não der mais para acontecer um caso igual ao do Tancredo Neves (lembram?) A propósito, no dia do Tancredo eu estava lá no HBB a noite toda, torcendo pela notícia.
Acho que Aécio Neves (PSDB) está ganhando a eleição, mas há muitas modalidades de avião a cair antes do meu voto. Pode acontecer de tudo. Tô de olho.
Me habituei muito, em redação de jornal, a não torcer por ninguém. Ficaria muito excitado se Dilma Rousseff (PT) levasse escondida no seu terninho aquela metralhadora com a qual arrombou o cofre do Adhemar de Barros. E disparasse, no ar, 200 tiros no seu concorrente.
Seria mais incrível do que a contusão do Neymar. Mas isso não vai acontecer. Porém…