O governo da Dinamarca anunciou ontem (29) a doação de 150 milhões de coroas dinamarquesas (cerca de R$ 110 milhões para o Fundo Amazônia. O compromisso foi firmado durante reunião da ministra Marina Silva com o ministro de Cooperação para o Desenvolvimento e Política Climática Global dinamarquês, Dan Jørgensen (foto), no Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima, em Brasília.
Em declaração conjunta, os ministros ressaltaram a importância do mecanismo de pagamento por resultados no combate ao desmatamento e na gestão sustentável de florestas, com governança sólida e rigor técnico-científico.
A contribuição dinamarquesa ajudará a financiar projetos e iniciativas para reduzir o desmatamento, proteger a biodiversidade, melhorar a vida das comunidades locais e promover o desenvolvimento sustentável, de acordo com as diretrizes aprovadas pelo Comitê Orientador do Fundo Amazônia (COFA).
Marina agradeceu a doação e reiterou a meta do governo federal de zerar o desmatamento até 2030. A retomada das ações de fiscalização já resultou em queda de 42,5% da área sob alertas de desmatamento na Amazônia Legal de janeiro a julho em relação ao mesmo período de 2022, segundo dados do sistema Deter-B, do Inpe.
O anúncio da doação para o Fundo Amazônia reflete a confiança na política ambiental do Brasil, disse Jørgensen, que enfatizou a liderança do presidente Lula na área climática. A Dinamarca presidirá a União Europeia no segundo semestre de 2025, afirmou ele, ano da COP30 em Belém (PA).
Os ministros também comentaram os preparativos para a COP28, que será realizada de 30 de novembro a 12 de dezembro em Dubai, e a atuação em outros fóruns multilaterais, como o G20. O grupo terá quatro presidências seguidas de países em desenvolvimento: a Indonésia chefiou em 2022, neste ano é a Índia, em 2024 será o Brasil e, em 2025, a África do Sul.
Criado em 2008, o Fundo Amazônia foi retomado em janeiro após quatro anos de paralisação, por decisão do governo anterior, que extinguiu seu Comitê Orientador (COFA). Cerca de 3,9 bilhões de reais doados por Noruega e Alemanha ficaram sem uso neste período. Na década inicial de funcionamento, foi aplicado cerca de R$ 1,8 bilhão em 102 projetos.
Desde janeiro, houve anúncios de novas doações que somam mais de R$ 3,4 bilhões. A Alemanha comprometeu-se com uma contribuição de R$190 milhões, enquanto o Reino Unido anunciou R$ 500 milhões para o fundo. Os Estados Unidos prometeram R$ 2,5 bilhões, a União Europeia anunciou R$ 100 milhões e a Suíça, R$ 30 milhões.
Fonte: Ascom/Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima