O alto volume de vencimentos e a queda do dólar fizeram a DÃvida Pública Federal (DPF) cair em julho. Segundo números divulgados hoje (29) pelo Tesouro Nacional, a DPF passou de R$ 5,846 trilhões em junho para R$ 5,804 trilhões no mês passado, baixa de 0,7%.
Apesar da queda em julho, o Tesouro prevê que a dÃvida subirá nos próximos meses. De acordo com o Plano Anual de Financiamento (PAF), apresentado no fim de janeiro, o estoque da DPF deve encerrar 2022 entre R$ 6 trilhões e R$ 6,4 trilhões.
A DÃvida Pública Mobiliária (em tÃtulos) interna (DPMFi) caiu 0,66%, passando de R$ 5,595 trilhões em junho para R$ 5,559 trilhões em julho. No mês passado, o Tesouro emitiu R$ 78,49 bilhões em tÃtulos a mais do que resgatou, principalmente em papéis prefixados (com juros fixos), cujos vencimentos se concentram no primeiro mês de cada trimestre.
O resgate lÃquido foi parcialmente compensado pela apropriação de R$ 41,73 bilhões em juros. Por meio da apropriação de juros, o governo reconhece, mês a mês, a correção dos juros que incide sobre os tÃtulos e incorpora o valor ao estoque da dÃvida pública. Com a taxa Selic (juros básicos da economia) subindo desde março do ano passado, a apropriação de juros aumenta.
No mês passado, o Tesouro emitiu R$ 62,23 bilhões em tÃtulos da DPMFi. Com o alto volume de vencimentos em julho, os resgates somaram R$ 140,72 bilhões.
A queda do dólar em julho também contribuiu para reduzir o endividamento do governo. A DÃvida Pública Federal externa (DPFe) caiu 1,74%, passando de R$ 250,17 bilhões em junho para R$ 245,81 bilhões em julho. O principal fator foi o recuo de 0,95% do dólar no mês passado.
Após dois meses seguidos de alta, o colchão da dÃvida pública (reserva financeira usada em momentos de turbulência ou de forte concentração de vencimentos) caiu. Essa reserva passou de R$ 1,221 trilhão em junho para R$ 1,178 trilhão no mês passado. Segundo o Tesouro Nacional, esse recuo deveu-se ao resgate lÃquido observado em julho.
Atualmente, o colchão cobre quase um ano de vencimentos da dÃvida pública. Nos próximos 12 meses, está previsto o vencimento de R$ 1,404 trilhão em tÃtulos federais.
As instituições financeiras seguem como principais detentoras da DÃvida Pública Federal interna, com 29,6% de participação no estoque. Os fundos de investimento, com 24,4%, e os fundos de pensão, com 22,6%, aparecem em seguida na lista de detentores da dÃvida.
Fonte: Agência Brasil – Welton Máximo