RENATO RIELLA
A Terracap é a proprietária do Estádio Garrincha e definirá novas regras para utilização do espaço até a Copa do Mundo de 2014, devendo cobrar taxas justas pelo aluguel da chamada arena. Isso é o que afirma Nota de Esclarecimento da Secretaria Extraordinária da Copa.
Repercutiu muito mal a notícia anterior de que o Governo do DF foi remunerado em apenas R$ 4 mil pela realização do jogo Santos x Flamengo, quando a renda chegou na casa dos R$ 8 milhões.
O secretário da Copa, Cláudio Monteiro, que já foi deputado, mostra-se extremamente hábil em enfrentar questionamentos feitos por parlamentares. Ele se saiu muito bem quando foi chamado para prestar depoimento na CPI do Cachoeira do Congresso Nacional. Agora, escapou inteiro ao ser sabatinado na Câmara Legislativa sobre os números desse jogo.
No entanto, é preciso fazer ressalva à principal argumentação do secretário. Ele explicou que a taxa cobrada pela realização do jogo, de apenas R$ 4 mil, é fixada pelo Decreto Nº 29.597, de 14 de outubro de 2008 (esta informação veio reafirmada na atual Nota de Esclarecimento).
Na verdade, é ruim usar como defesa para cobrança tão irrisória um decreto assinado pelo então governador José Roberto Arruda. E, sendo decreto, este pode ser substituído sumariamente por outro, assinado pelo atual governador Agnelo Queiroz (o decreto não precisa ser votado na Câmara Legislativa).
O certo é que o episódio do jogo Santos x Flamengo já está sendo esquecido e todos se preparam para a realização da partida de abertura da Copa das Confederações, no dia 15 deste mês, entre as Seleções do Brasil e do Japão. Nesse caso, não há o que se discutir: quem impera é a Fifa.
Resta esperar que a Terracap, com a visão empresarial que tem, estabeleça um preço justo pela utilização do fantástico estádio, pois logo depois da partida do dia 15 surgirão usos variados para a arena Garrincha.
