RENATO RIELLA
Liguei para o Sindicato dos Jornalistas do DF pedindo segunda via da minha carteira de jornalista – que perdi. Fiquei horrorizado com exigências feitas em nome de uma instituição inútil chamado Federação Nacional dos Jornalistas – Fenaj. Um colegiado de burocratas tomou conta da entidade.
Na verdade, não preciso dessa carteira para nada. Mas tenho direito de obtê-la, pois pago a mensalidade do Sindicato do DF há 40 anos e, antes, paguei cinco anos na Bahia. Hoje minha contribuição é descontada na conta bancária. Eles têm a matriz da minha carteira perdida. É só imprimir em máquina de cartão!
Em vez de facilicitar, os burrocratas me colocam sob suspeição. Querem que eu leve carteira profissional com o registro profissional, diploma, etc. Isto é: quarenta anos depois preciso provar que sou jornalista – em busca de uma mísera segunda via.
Além disso, a carteira tem validade curta. É a picaretagem, para eles faturarem uma graninha a mais, além do famigerado imposto sindical e a mensalidade, sem falar dos negócios imobiliários suspeitos.
Oi, pessoal! Não trabalho em cartório, não! Nunca tive carimbo. Vamos desburrotizar o sindicato.
JORNALISTAS REVOLTADOS
EM TODO O BRASIL
Postei esta reclamação no Facebook e fiquei assustado com a participação de dezenas e dezenas de jornalistas revoltados. Anchieta Élcias disse que em Pernambuco é a mesma chantagem. Bebé Prates fez o pedido da carteira no DF e está aguardando há seis meses.
Bartolomeu Rodrigues, o Bartô, foi presidente do Sindicato na década de 80, quando a carteira saía de imediato para quem já era sindicalizado. Ficou assustado com a burrice dessa mudança.
Meu protesto gerou a intenção de muita gente que pretende parar de pagar ao sindicato e esquecer essa instituição. Da minha parte, quando esfriar a cabeça, talvez suspenda no Banco do Brasil a cobrança mensal em nome do Sindicato dos Jornalistas. Eles não estão nos merecendo.
Só para comparar, no dia em que perdi a carteira de jornalista, perdi também a Carteira de Habilitação. Liguei para o Detran para ver como tirar a segunda via, com medo da burocracia. “Só falta o Detran pedir que faça novo exame” – pensei.
O rapaz que me atendeu, com muita boa vontade, explicou como tirar a carteira pela internet, pagando uma taxa que você imprime no próprio computador. Em casa, você imprime o recibo, que vale na blitz pelo período de 20 dias. E nesse prazo você recebe a carteira em casa, comodamente.
Os dirigentes dos jornalistas são desonestamente burocratas – dinossauros! Oi, Dilma, vamos cortar o Imposto Sindical desse povo!